Via 247
PETROLEIROS
PODEM FAZER GREVE GERAL CONTRA O GOLPE
Sindicatos
de funcionários da Petrobras iniciam nesta semana reuniões com a categoria para
discutir o futuro da petroleira diante do risco de impedimento da presidente
Dilma Rousseff e poderão decidir por uma greve; "Vamos trabalhar para que
esse processo não vá adiante no Senado", disse o coordenador-geral da
Federação Única dos Petroleiros (FUP), José Maria Rangel
Os
sindicatos de funcionários da Petrobras iniciam nesta semana reuniões com a
categoria para discutir o futuro da petroleira diante do risco de impedimento
da presidente Dilma Rousseff e poderão decidir por uma greve, disse à Reuters
nesta terça-feira o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP),
José Maria Rangel.
Para
a federação, historicamente ligada ao PT, o possível impeachment de Dilma
poderá acelerar a venda de ativos da empresa e retirar a obrigatoriedade da
companhia ser operadora das áreas do pré-sal, nas bacias de Campos e Santos. Os
petroleiros temem perder direitos com uma mudança no governo.
"Vamos
começar a trabalhar, você não constrói uma greve de um dia para outro. Esse é o
primeiro passo", afirmou Rangel, que foi representante dos funcionários no
Conselho de Administração da Petrobras.
O
plano de venda de ativos da empresa, mesmo no governo do PT, já foi um dos
principais motivos para a pior greve da Petrobras nos últimos 20 anos, em
novembro, com forte impactro na produção.
"A
agenda que está sendo tocada pela diretoria da Petrobras é conservadora, mas
tem um ditado que diz que nada é tão ruim que não possa piorar", disse
Rangel.
O
governo do PT foi responsável pela criação de novas regras do setor de
petróleo, com o objetivo de aumentar o controle estatal sobre o pré-sal.
O
afastamento da presidente, na avaliação do sindicalista, poderá resultar em
mudanças na lei que reduziriam a atuação da Petrobras em áreas do pré-sal.
Investidores
e analistas estrangeiros, no entanto, acreditam que uma maior flexibilidade
para a Petrobras, com a saída de Dilma, poderia colaborar para uma diminuição
da dívida da estatal.
A
Câmara dos Deputados aprovou no domingo o pedido de abertura do processo de
impeachment contra a presidente.
"Vamos
trabalhar para que esse processo não vá adiante no Senado", declarou
Rangel.
O
pedido aprovado pela Câmara foi entregue ao Senado, que poderá rejeitar e
arquivar o caso ou autorizar a instalação do processo, cenário que implicaria
no afastamento de Dilma do cargo por até 180 dias, período em que o
vice-presidente Michel Temer (PMDB) assumiria a Presidência da República
interinamente.
Rangel
declarou que o sentimento dos sindicalistas sobre a aprovação na Câmara é de
"muita frustração" e criticou as declarações dos deputados durante as
votações.
(Por
Marta Nogueira)
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