Um:
quem é o principal culpado por esta crise política? O PT. Porque quem com porco
se mistura, farelo come. E trocar suas lutas históricas e bases eleitorais pela
nefasta companhia de escorpiões tinha que dar merda. Em nome da
"governabilidade" (que raiva peguei dessa palavra!), tinha que dar
merda.
Dois:
quem é o principal culpado pela crise econômica? Sem cometer injustiças e
considerando o cenário recessivo da economia mundial, novamente o PT aparece
como protagonista brasileiro nesta questão, já que sua política econômica é uma
tragédia: segue uma cartilha neoliberal que saca direitos trabalhistas,
desestimula investimentos, traz inflação e enche os bolsos de bancos privados
com grana de juros e de swap cambial - enquanto busca de forma equivocada o
superávit primário.
Três:
o impeachment acontecerá? Tudo indica que sim, por mais absurdo que este seja.
Só uma fortíssima mobilização popular poderá impedi-lo, já que o governo
federal soma agora à sua tradicional letargia o abandono dos ratos, ops,
partidos aliados.
Quatro:
é impeachment mesmo ou golpe? Golpe. E quem disser o contrário ou é ignorante
ou fascista. Impeachment pela constituição só no caso de crime (doloso) de
responsabilidade por parte do presidente. E isso não aconteceu. E pra quem vier
com o papo furado de "pedaladas fiscais" saiba que elas não são base
para impeachment. E se fossem, mais 14 governadores - além do vice-presidente
mais traíra desde Cabral - deveriam ser depostos junto com Dilma. Além disso,
contar com Cunha, Temer, Renan e Maluf para moralizar o país e combater a
corrupção só não soa como piada porque é de extremo mal gosto.
Cinco:
o que sobrará da esquerda nacional com a conclusão deste processo, seja ela
qual for? Não muito. Historicamente as esquerdas no Brasil são desunidas, seja
por questões de ego, seja por questões ideológicas. E agora que o PT, antigo
baluarte da probidade, foi pego com a boca na botija da corrupção e assim
igualou-se por baixo aos partidos que sempre criticou, toda a esquerda pagará
um preço alto: o de ser chamada de "corrupta" de forma genérica - por
mais que isso seja descabido.
Seis:
e a imprensa bandida? Seguirá bandida. E bandidando em causa própria e de seus
financiadores.
Sete:
e o poder judiciário, tendencioso e falacioso? Seguirá como o mais podre da
república - e olha que ser o poder mais podre é um feito e tanto!
Oito:
o que será de nós apos este processo de sangria política? Saia Dilma ou não, é
preciso retomar o governo do país que está paralisado por conta desse golpe
branco. Os indicadores já mostram que atravessamos a pior crise econômica da
nova república. E é preciso agir. Houvesse uma oposição honesta no país essa
briga ilegitima pelo poder já teria sido substituída por propostas para a
condução do Brasil num momento tão difícil. Mas parece que para essa gente que
já tem a vida ganha só o poder importa - e o povão que se foda de verde e
amarelo. Literalmente. E tudo indica que será isso a acontecer, jogando na lata
do lixo as tão suadas e belas conquistas sociais da última década.
Tempos
de trevas nos aguardam, meus queridos.
Que
Tutatis e todo o panteão de deuses imaginários nos salvem de nós mesmos.
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