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Oito perguntas secas, oito respostas ríspidas: - Por Alexandre de Oliveira Périgo



Um: quem é o principal culpado por esta crise política? O PT. Porque quem com porco se mistura, farelo come. E trocar suas lutas históricas e bases eleitorais pela nefasta companhia de escorpiões tinha que dar merda. Em nome da "governabilidade" (que raiva peguei dessa palavra!), tinha que dar merda.

Dois: quem é o principal culpado pela crise econômica? Sem cometer injustiças e considerando o cenário recessivo da economia mundial, novamente o PT aparece como protagonista brasileiro nesta questão, já que sua política econômica é uma tragédia: segue uma cartilha neoliberal que saca direitos trabalhistas, desestimula investimentos, traz inflação e enche os bolsos de bancos privados com grana de juros e de swap cambial - enquanto busca de forma equivocada o superávit primário.

Três: o impeachment acontecerá? Tudo indica que sim, por mais absurdo que este seja. Só uma fortíssima mobilização popular poderá impedi-lo, já que o governo federal soma agora à sua tradicional letargia o abandono dos ratos, ops, partidos aliados.

Quatro: é impeachment mesmo ou golpe? Golpe. E quem disser o contrário ou é ignorante ou fascista. Impeachment pela constituição só no caso de crime (doloso) de responsabilidade por parte do presidente. E isso não aconteceu. E pra quem vier com o papo furado de "pedaladas fiscais" saiba que elas não são base para impeachment. E se fossem, mais 14 governadores - além do vice-presidente mais traíra desde Cabral - deveriam ser depostos junto com Dilma. Além disso, contar com Cunha, Temer, Renan e Maluf para moralizar o país e combater a corrupção só não soa como piada porque é de extremo mal gosto.

Cinco: o que sobrará da esquerda nacional com a conclusão deste processo, seja ela qual for? Não muito. Historicamente as esquerdas no Brasil são desunidas, seja por questões de ego, seja por questões ideológicas. E agora que o PT, antigo baluarte da probidade, foi pego com a boca na botija da corrupção e assim igualou-se por baixo aos partidos que sempre criticou, toda a esquerda pagará um preço alto: o de ser chamada de "corrupta" de forma genérica - por mais que isso seja descabido.

Seis: e a imprensa bandida? Seguirá bandida. E bandidando em causa própria e de seus financiadores.

Sete: e o poder judiciário, tendencioso e falacioso? Seguirá como o mais podre da república - e olha que ser o poder mais podre é um feito e tanto!

Oito: o que será de nós apos este processo de sangria política? Saia Dilma ou não, é preciso retomar o governo do país que está paralisado por conta desse golpe branco. Os indicadores já mostram que atravessamos a pior crise econômica da nova república. E é preciso agir. Houvesse uma oposição honesta no país essa briga ilegitima pelo poder já teria sido substituída por propostas para a condução do Brasil num momento tão difícil. Mas parece que para essa gente que já tem a vida ganha só o poder importa - e o povão que se foda de verde e amarelo. Literalmente. E tudo indica que será isso a acontecer, jogando na lata do lixo as tão suadas e belas conquistas sociais da última década.

Tempos de trevas nos aguardam, meus queridos.


Que Tutatis e todo o panteão de deuses imaginários nos salvem de nós mesmos.

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