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O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados finalmente aprovou a abertura da investigação contra Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A decisão ocorreu no mesmo dia em que a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou a denúncia contra Cunha no esquema de corrupção da Petrobras. Entretanto, o texto não contém mais a investigação sobre o recebimento de propina na etatal.
 
Nesta quarta (02), o Conselho aprovou por votação apertada a abertura do processo por quebra de decoro parlamentar. Foram 11 votos a dez. O presidente do Conselho, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), foi quem desempatou: "Não posso de forma alguma votar de forma diferente. Minha intenção é investigar. Até o final de abril nós devemos concluir o trabalho no Conselho de Ética", afirmou. 
 
Ainda que o resultado tenha sido de sequência do procedimento de cassação de Cunha, o relator do processo, Marcos Rogério, "facilitou" a votação e retirou do parecer a acusação de que o peemedebista teria recebido propina na compra de navios-sonda pela Petrobras. Com isso, o processo apenas investigará a possível mentira de Cunha no depoimento da extinta CPI da Petrobras de que ele não teria contas no exterior. 
 
Outra manobra já prevista por aliados de Cunha é a tentativa de aprovar, ao final, uma punição mais branda ao deputado, como uma suspensão ou censura verbal, em vez da cassação.
A próxima fase do processo é a de instrução, na qual serão analisadas possíveis provas das denúncias. Eduardo Cunha tem, a partir de agora, dez dias úteis para apresentar sua defesa ao Conselho. Apresentada, transcorrem 45 dias úteis para a instrução processual e mais 10 para a apresentação do voto do relator. Cunha só perde o mandato se o voto for de 257 dos 512 deputados da Câmara, em votação aberta.
 
A decisão gerou reações de deputados, pedindo a renúncia do peemedebista. "Isso não é mais possível, é muito constrangedor vir aqui dizer isso na frente do presidente da Casa. Não há outro caminho, pedimos a sua renúncia, para que a Câmara possa respirar e fazer com que o processo interno siga democraticamente. É gravíssimo. Mudou tudo a partir de hoje", manifestou o líder do PPS Rubens Bueno (PR).
 
Para o deputado Henrique Fontana (PT-RS), Cunha é "um dos políticos mais corruptos da história do País", que tem "milhões de reais ocultados em contas no exterior". Já o deputado Laerte Bessa (PR-DF) saiu em defesa do presidente da Casa, declarando que ele tem direito de defesa. "Está cheio de juízes aqui na Casa hoje", ironizou.

Fonte: ggn

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