(foto: Roberto Stuckert Filho/PR) |
Jornais,
revistas e emissoras de televisão europeus e asiáticos criticam tentativa de
golpe no Brasil
A
mídia ao redor do mundo está atenta à tentativa de golpe contra a presidenta
Dilma Rousseff e a perseguição judicial que tenta atingir o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva. Veja o que está sendo publicado no exterior:
Portugal
Um
artigo publicado pelo portal Público afirma que o juiz Sérgio Moro “avançou até
ultrapassar todos os limites” e que a desestabilização política no Brasil está
sendo liderada por juízes, “os que mais deveriam zelar pela serenidade”. A
análise também acredita que as manifestações anti-Dilma tem índole abertamente
fascista.
Manchete do Público, de Portugal |
A
publicação ainda diz que a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal
(STF) Gilmar Mendes de sustar a nomeação de Lula como ministro-chefe da Casal
Civil foi “uma ironia da história”.
“Mendes
beneficiou-se do mesmo tipo de recurso quando era advogado-geral da União e o
então Presidente Fernando Henrique Cardoso assinou medida provisória dando-lhe
status de ministro, o que lhe garantia foro especial contra ações judiciais em
primeira instância”, diz.
“Mas
o que esperar de um magistrado cuja atuação lhe rendeu ‘o apelido de ‘líder da
oposição’ no STF?”, termina o artigo.
Alemanha
Sob
o título “Crise de estado no Brasil: golpe frio”, uma reportagem da revista
semanal de notícias Der Spiegel, da Alemanha, analisou a crise política e a
possibilidade de golpe em vigor no Brasil. O autor da reportagem, o jornalista
Jens Glüsing, diz o que ocorre no País hoje é uma tentativa de “golpe frio”.
Para
a revista, a manifestações de sexta-feira (18) a favor da presidenta Dilma e do
ex-presidente Lula quase não se viu discursos de ódio, enquanto nos protestos
de domingo (13) havia “cada vez mais golpistas, extremistas de direita e
intolerantes”.
O
sucesso subiu à cabeça de Sérgio Moro, diz a Der Spiegel, e, agora, “o juiz faz
política, o que não para ele”. A
publicação também lembrou que acusados de corrupção terão o papel de julgar o
impeachment de Dilma. “O fato de que tais figuras tenham um papel chave para
derrubar uma presidenta que não possui nenhuma culpa anterior mina a
legitimidade de todo o processo”.
“Lula
não tem milhões na Suíça, como o poderoso presidente da Câmara dos Deputados,
Eduardo Cunha”, afirma.
Inglaterra
A
tradicional revista britânica The Economist afirma que Sérgio Moro pode ter ido
“longe demais”. “Liberar uma gravação de conversa em que uma das partes, não
menos que a presidenta, que não está formalmente sob investigação e goza de
forte proteção constitucional parece com uma violação da sua privacidade”,
destaca a revista.
“No
passado, o senhor Moro já pareceu algumas vezes ter ido longe demais na sua
perseguição obstinada contra a corrupção”, diz The Economist.
A
BBC, maior rede de comunicação da Inglaterra, considerou a semana passa como “a
mais tumultuada semana na política brasileira desde a volta da democracia”, em
1985. A rede de comunicação lembrou que o Bolsa-Família tirou 40 milhões de
pessoas da miséria.
A
publicação diz que as manifestações contra Dilma são “quase exclusivamente
brancas e de classe média” e que uma parte pede a volta dos militares ao poder.
Em contrapartida, diz a BBC, nos comícios pró-governo, há multidões de pessoas
de todas as cores que denunciam um golpe contra um governo democraticamente
eleito.
Catar
Em
longa reportagem, a Al Jazeera analisa o comportamento da imprensa na cobertura
da crise política brasileira. A emissora lembra que cinco famílias monopolizam
grande parte da mídia nacional: Marinho (Globo), Frias (Folha), Civita (Abril,
dona da Veja), Saad (Bandeirantes) e Macedo (Record).
A
emissora explica que a mídia tem trabalhado junto com o judiciário para
desacreditar o governo e intoxicar a atmosfera política no País. “A mídia
brasileira acusa muitas pessoas antes da conclusão da investigação”, afirma.
Da
Redação da Agência PT de Notícias
Fonte:
PT
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