Não é só a paixão pelo hipismo que Alexandre Chiappetta tem em comum com seu ex-sogro João Roberto Marinho. O endereço de suas empresas – a mansão de Paraty está registrada em nome de uma delas – é o mesmo que o de uma companhia do vice-presidente do Grupo Globo, que através dessa parceria conseguiu, além de um helicóptero, plantar uma “semente” de sua emissora no Clube de Remo do Rio de Janeiro; entenda
Por Ivan Longo
João Roberto Marinho, vice-presidente do Grupo Globo e terceiro dos quatro filhos de Roberto Marinho, tem desde criança uma paixão: o hipismo. Praticado também pelo pai, o esporte de elite faz até hoje parte da vida do herdeiro de uma das famílias mais ricas do país. Como cavaleiro amador, foi campeão brasileiro por equipes em 2010 e campeão, no ano passado, da Copa Carioca.
Quem também tem paixão pelo hipismo é o empresário Alexandre Chiappetta de Azevedo, ex-marido de Paula Marinho, filha de João Roberto. O ex-genro do vice-presidente do Grupo Globo frequenta os mesmos restritos ambientes de cavaleiros e chegou a ser campeão brasileiro de hipismo na categoria por equipes em 2002.
A paixão por cavalos e disputas hípicas, no entanto, não é a única coisa que Marinho e Chiappetta têm em comum. O apartamento 601 do Edificio Quaruna, na Rua Bulhões de Carvalho, número 296, no Rio de Janeiro (RJ), é o endereço compartilhado entre as empresas dos dois cavaleiros. Coisa da família. Ainda mais se levarmos em consideração que a empresa que tem Alexandre como sócio é controlada pela mesma empresa que administra a Agropecuária Veine, companhia que assinou o registro de imóvel daquela mansão construída em área irregular de Paraty (RJ) que João Roberto Marinho alega não ser de sua família.
De acordo com o Tijolaço, que teve acesso a documentos que comprovam os donos e os endereços das empresas, a Agropecuária Veine (dona da mansão) é controlada pela Vaincre LLC, uma empresa de fachada que também controla a Shiraz Participações, empresa de Marco Aurélio de Azevedo, pai e procurador de Alexandre, o cavaleiro. Alexandre, por sua vez, é dono da Glen Participações, a companhia por trás da Lagoon, empreendimento construído no Estádio de Remo da Lagoa quando, em 1997, sem licitação, o governo do estado concedeu o uso do estádio à empresa do ex-genro de João Roberto Marinho para fins comerciais. João, por sua vez, tem em sociedade com a filha Paula Marinho, a ex-esposa de Alexandre, FN5 Participações. O endereço? A mesma rua Bulhões de Carvalho, número 296, apartamento 601.
A coisa de família vai além. O contrato do governo que concedia o uso do Estádio de Remo à Lagoon, empresa de Alexandre, o cavaleiro, requeria a assinatura de um fiador. Na ocasião, a fiadora foi Paula Marinho, e é aí que a família Marinho, para não dizer a Globo, “planta sua semente” no estádio.
No Facebook, uma página criada por moradores da região e frequentadores do Estádio que são contra a privatização do local fazem análises e denúncias dos empreendimentos que o envolvem. No ano de 2011, em uma postagem sobre o contrato que cedeu o uso do Estádio à empresa do ex-genro de Marinho, escreveram:
“No meio do Parágrafo primeiro da Clausula Segunda do Termo de Permissão de Uso, que versa sobre a “destinação do imóvel”, o Estado permite que o Estadio de Remo seja usado como “estúdio para gravações de vídeo”. É como se tivessem cuidadosamente plantado um objetivo a ser posteriormente atingido (…) Como todos sabem, o Estádio de Remo está localizado no limiar dos bairros Jardim Botânico, Gávea e Leblon. É pública e notória também a expansão física das instalações da Rede Globo em diversos prédios espalhados pelo bairro do Jardim Botânico”.
‘Conspirações’ à parte, Alexandre, o cavaleiro ex-genro de Marinho, foi testemunha do consórcio entre a Veine (dona da mansão em Paraty) e a empresa Santa Amália que, conforme revelou o Viomundo, foi o consórcio usado para trazer ao Brasil um helicóptero que é associado à família Marinho. A mansão de Paraty tem heliponto.
E já que a empresa Santa Amália foi citada, vale lembrar que ela tem como endereço o mesmo da sede da Brasif, empresa que, segundo Mirian Dutra, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) utilizou para intermediar pagamentos mensais à jornalista como se ela fosse contratada da companhia, mas sem trabalhar, enquanto vivia na Europa. À época, a Brasif era concessionária do governo federal, comandado por FHC.
Está tudo em família.
Fonte: revistaforum
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