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A prisão foi decretada pela 2a. Vara de Vila Velha. Foto: http://jailtondapenha.blogspot.com.br/ |
A
advogada Karla Cecília Luciano Pinto foi presa na manhã desta sexta-feira (11)
em decorrência de uma condenação judicial a cinco anos e dois meses de
reclusão, em regime semiaberto, após denunciar dois juízes capixabas ao
Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Os policiais civis cumpriram o mandado de prisão,
expedido pela juíza da 2ª Vara Criminal de Vila Velha, Paula Cheim Jorge
D'Ávila Couto. Mesmo com a existência de recursos em aberto, a decisão foi
baseada na recente jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF), que
permitiu a execução da pena em casos que não transitaram em julgado.
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Até
o momento, não foram relevados detalhes sobre a decisão – uma vez que o
processo tramita em segredo de Justiça. As primeiras informações dão conta que
a ordem de prisão partiu do Ministério Público Estadual (MPES), atendendo
solicitação da Associação dos Magistrados do Espírito Santo (Amages), cujos
juízes são membros da diretoria, e figura no processo como assistente de
acusação.
A
advogada foi condenada em primeira instância pela prática dos crimes de calúnia
e denunciação caluniosa. A sentença foi mantida pelo Tribunal de Justiça do
Estado (TJES), fato que permitiu a prisão de Karla Cecília, recentemente
beneficiada por uma decisão do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do
Brasil (CFOAB), que reconheceu a violação das prerrogativas da advogada pelos
juízes Flávio Jabour Moulin e Carlos Magno Moulin Lima, respectivamente, filho
e sobrinho do desembargador aposentado Alemer Ferraz Moulin.
A
condenação judicial trata justamente da queixa feita pela advogada ao CNJ, que
alegou ter sido vítima de perseguição judicial por parte dos primos Moulin há
quase uma década. Enquanto o CFOAB
reconheceu em novembro passado a existência de violações, com base no parecer
da Comissão Nacional de Defesa das Prerrogativas e Valorização da Advocacia da
Ordem (CNDPVA), a Justiça estadual sentenciou a advogada por entender que ela
ofendeu a honra dos magistrados e teria denunciado falsamente ambos.
Toda
controvérsia teve início na tramitação de um processo criminal de pedofilia, junto
à 2ª Vara Criminal de Vila Velha, no ano de 2005. Na ação, a advogada
representava os interesses do pai das três crianças supostamente vítimas de
assédio da mãe. Na representação no CNJ, ela denunciou que o juiz Carlos Magno
teria impedido que ela assumisse a assistência da acusação, sendo que após o
fato, ela foi alvo de uma interceptação telefônica, deferida pelo magistrado,
passando da figura de advogada para autor do crime. O pai da criança foi
condenado na mesma ação e teve agora a prisão decretada pela Justiça.
Existem
recursos da advogada pendentes de julgamento pelo Supremo, porém, a ordem de
prisão já foi cumprida e ela deve começar a cumprir a pena em presídio comum.
Isso porque a legislação garante a prisão em sala de Estado Maior aos advogados
detidos. No entanto, a prerrogativa cai por terra em casos de condenação em
definitivo. Logo após a mudança na jurisprudência, a Ordem dos Advogados e
juristas foram contrários à medida. O presidente da seccional capixaba da OAB,
Homero Junger Mafra, também se posicionou contra a possibilidade da prisão
antes do trânsito em julgado.
A
reportagem tentou localizar a defesa de Karla Cecília, mas até o fechamento da
edição não obteve contato. Logo após a prisão, a advogada foi conduzida à
Chefatura da Polícia Civil, em Vitória, e deve ser encaminhada para uma das
unidades do sistema prisional.
Confira
abaixo o vídeo publicado a manifestação da advogada durante audiência pública
do CNJ na Justiça estadual, realizada em setembro de 2009:
Fonte:seculodiario
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