Senador
Lindbergh Farias (PT-RJ) usou as redes sociais para criticar duramente as
Organizações Globo a quem acusou de querer "repetir o golpe militar de 64
como farsa; para o senador, os comentários dos colunistas Ricardo Noblat e
Merval Pereira, na edição deste domingo (6), no jornal O Globo e na internet
"instigam pela entrada em cena dos militares na crise política, reeditando
a tradição autoritária do bonapartismo brasileiro"; "Até parece uma
adesão às propostas de Jair Bolsonaro e dos grupos que nas manifestações de
direita pregar uma intervenção militar no Brasil. No passado, se chamava os que
usavam e abusavam dessa prática nefasta de "vivandeiras de
quartéis"", destacou
O
senador Lindbergh Farias (PT-RJ) usou sua página pessoal no Facebook para
criticar duramente as Organizações Globo a quem acusou de querer "repetir
o golpe militar de 64 como farsa". Para o senador, os comentários dos
colunistas Ricardo Noblat e Merval Pereira na edição deste domingo (6) no
jornal O Globo e na internet "instigam pela entrada em cena dos militares
na crise política, reeditando a tradição autoritária do bonapartismo
brasileiro".
No
texto, Lindbergh questiona o "grande consórcio, que permitiu a uma empresa
familiar detentora da concessão de um jornal e uma estação de rádio, se
transformar num império de comunicação", Segundo ele, " foi a
sociedade com a ditadura militar e o capital externo, no pagamento régio da
contrapartida de a Globo ajudar ativamente no cerceamento das liberdades
democráticas, enquanto nos porões a tortura campeava.Sem dúvida, se não tivesse
havido uma ditadura militar de mais de vinte anos no Brasil, não existira o
monopólio da Rede Globo".
Ainda
no histórico da formação do conglomerado, o senador relembra que a Globo, entre
1965 e 1966, esteve envolvida no escândalo Globo-Time Life," ocasião na
qual o dirigente dos Diários Associados e também deputado, João Calmon,
denunciou, ao arrepio da lei do nosso país, o consórcio dos dólares americanos
no financiamento daquele grupo de comunicação".
Sobre
a defesa de Noblat e Merval em torno da necessidade dos militares ficarem
atentos ao golpe branco que vem sendo engendrado, Lindbergh ressalta que ambos
colocam como "saída para a crise política" a interrupção do mandato
de Dilma, ou seja, que passam pelo desrespeito da vontade popular e dos
mandamentos constitucionais".
"Esquece
o jornalista, porém que, também de acordo com a constituição, a presidenta é a
comandante suprema das forças armadas, como deve ser numa democracia regida
pelo Estado Democrático de Direito", destaca o parlamentar. "Até
parece uma adesão às propostas de Jair Bolsonaro e dos grupos que nas
manifestações de direita pregar uma intervenção militar no Brasil. No passado,
se chamava os que usavam e abusavam dessa prática nefasta de "vivandeiras
de quartéis", completa.
.
Por
fim, o senador observa que a semana que se inicia será longa. "Nesta
semana, mais que nunca, é hora de persistir e resistir na estratégia de defesa
do mandato de Dilma, ou seja, da vontade popular e da democracia. Como em
dezembro do ano passado, armam-se novamente mais um ataque especulativo do
mandato da presidenta. Não passarão!".
Confira
abaixo a íntegra do texto publicado pelo senador Lindbergh Farias.
GLOBO
INCITA A ENTRADA EM CENA DOS MILITARES
A
Rede Globo tem um projeto para o Brasil: repetir a história do golpe militar de
1964 como farsa. Através das colunas de Merval Pereira e Ricardo Noblat,
publicadas na edição de O Globo de hoje e na internet, de maneira artificial e
imaginosa, instigam pela entrada em cena dos militares na crise política,
reeditando a tradição autoritária do bonapartismo brasileiro.
O
grande consórcio, que permitiu a uma empresa familiar detentora da concessão de
um jornal e uma estação de rádio, se transformar num império de comunicação,
foi a sociedade com a ditadura militar e o capital externo, no pagamento régio
da contrapartida de a Globo ajudar ativamente no cerceamento das liberdades
democráticas, enquanto nos porões a tortura campeava.
Sem
dúvida, se não tivesse havido uma ditadura militar de mais de vinte anos no
Brasil, não existira o monopólio da Rede Globo. Mas houve também o consórcio
externo. O conglomerado de comunicação já nasceu sujo: os anais da história
registram, nos anos de 1965 e 1966, a CPI Globo-Time Life, ocasião na qual o
dirigente dos Diários Associados e também deputado, João Calmon, denunciou, ao
arrepio da lei do nosso país, o consórcio dos dólares americanos no
financiamento daquele grupo de comunicação. Quem quiser se aprofundar no tema,
sugiro a leitura da bibliografia de Assis Chateaubriand, escrita por Fernando
Morais.
Enquanto
o artigo de Noblat é mais panfletário, o de Merval, metido a analítico, esboça
alternativas de “saída” para a crise política que passam pela interrupção do
mandato de Dilma, ou seja, que passam pelo desrespeito da vontade popular e dos
mandamentos constitucionais. A esse respeito, continuo afirmando que a saída da
crise só é possível de acontecer pela via do respeito à democracia brasileira.
Os atalhos golpistas, as soluções ad hoc das elites como semipresidencialismo e
governo de coalizão sem o PT, apenas aprofundarão ainda mais a crise.
No
artigo de Merval, ele invoca o artigo 142 da Constituição Federal, lembrando
que as forças armadas possuem o mandando da Constituição Federal na “missão de
garantir da ordem pública”. Esquece o jornalista, porém que, também de acordo
com a constituição, a presidenta é a comandante suprema das forças armadas,
como deve ser numa democracia regida pelo Estado Democrático de Direito. Parece
que o jornalista, embora de maneira alusiva, sugere a ultrapassagem de uma
espécie de perigoso Rubicão, avocando às forças armadas, como no passado
republicano do século XX, o papel de uma arbitragem superior ao próprio poder
executivo. Até parece uma adesão às propostas de Jair Bolsonaro e dos grupos
que nas manifestações de direita pregar uma intervenção militar no Brasil. No
passado, se chamava os que usavam e abusavam dessa prática nefasta de
“vivandeiras de quartéis”.
.
Merval
entrevê a possibilidade de “venezualização” do país. Pergunto: de onde parte a
radicalização? Afirmo sem medo, o principal agente desestabilizador na crise
política é a Rede Globo, que mente e distorce sistematicamente a realidade.
Para confirmar o que digo, basta relembrar a edição do Jornal Nacional de ontem
(05/030), toda montada no sentido de justificar, sem conseguir, o arbítrio, que
todo Brasil acompanhou, da injusta condução coercitiva do presidente Lula.
A
semana que começa amanhã será dura e faço um apelo a que estejamos atentos. Não
é hora de sossegar. Nesta semana, mais que nunca, é hora de persistir e
resistir na estratégia de defesa do mandato de Dilma, ou seja, da vontade
popular e da democracia. Como em dezembro do ano passado, armam-se novamente
mais um ataque especulativo do mandato da presidenta. Não passarão!
Fonte:
brasil247
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