As
sete pessoas presas ontem na 2ª Fase da Operação Alba Branca, que investiga
irregularidades nas compras da merenda escolar da rede estadual de São Paulo,
do governo Geraldo Alckmin, estão sendo ouvidas pela força-tarefa da Polícia
Civil e Ministério Público; segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao
Crime Organizado (Gaeco) de Ribeirão Preto, as fraudes nas contratações, feitas
entre 2013 e 2015, somam R$ 7 milhões, sendo R$ 700 mil destinados ao pagamento
de propina e comissões ilícitas; crimes envolvem 20 municípios
Fernanda
Cruz – Repórter da Agência Brasil
As
sete pessoas presas na 2ª Fase da Operação Alba Branca, que investiga
irregularidades nas compras da merenda escolar da rede estadual de São Paulo,
estão sendo ouvidas pela força-tarefa da Polícia Civil e Ministério Público. Os
mandados de prisão foram cumpridos ontem (29). Segundo o Grupo de Atuação
Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Ribeirão Preto, as fraudes
nas contratações, feitas entre 2013 e 2015, somam R$ 7 milhões, sendo R$ 700
mil destinados ao pagamento de propina e comissões ilícitas.
De
acordo com o Gaeco, os crimes envolvem 20 municípios: Americana, Araras, Assis,
Bauru, Caieiras, Campinas, Colômbia, Cotia, Mairinque, Mairiporã, Mogi das
Cruzes, Novaes, Paraíso, Paulínia, Pitangueiras, Ribeirão Pires, São Bernardo
do Campo, Santa Rosa de Viterbo, Santos e Valinhos. Os acusados serão ouvidos
em um prazo de cinco dias.
Entre
os detidos, que podem ter a prisão preventiva decretada após esse período,
estão o ex-presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, na
década de 70, Leonel Júlio e Sebastião Misiara, atual presidente da União dos
Vereadores de São Paulo. O filho de Leonel, Marcel Ferreira Júlio, é
considerado foragido.
Foram
presos também Aluizio Girardi Cardoso, suposto lobista com atuação em órgãos
públicos; Carlos Eduardo da Silva, sócio-diretor da cooperativa agrícola e
funcionário público da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado, e
Joaquim Geraldo Pereira da Silva, suposto lobista que intermediava contatos da
cooperativa com agentes públicos.
Outros
dois presos, Emerson Girardi e Luiz Carlos da Silva Santos, são vendedores da
Cooperativa Agrícola e Familiar (Coaf), em Bebedouro, que mantinha contratos
para fornecimento de alimentos com diversas prefeituras. A empresa é acusada de
fraudar a modalidade de compra "chamada pública", que pressupõe a
aquisição de produtos de pequenos produtores agrícolas. A Coaf cadastrou cerca
de mil pequenos produtores, mas comprava de apenas 30 ou 40 deles, e adquiria
também de grandes produtores e na central de abastecimento do estado.
O
presidente da Assembleia Legislativa, Fernando Capez, do PSDB, e o ex-chefe de
gabinete da Casa Civil, na gestão de Geraldo Alckmin, Luiz Roberto dos Santos,
conhecido como Moita, estão entre os investigados pela Polícia Civil e pelo Ministério
Público Estadual de São Paulo. Em fevereiro, o desembargador Sérgio Rui da
Fonseca, do Tribunal de Justiça de São Paulo, decretou a quebra dos sigilos
bancário e fiscal de Capez.
Os
mandados judiciais foram expedidos pela 3ª Vara Judicial de Bebedouro e
incluíoram busca e apreensão nas casas e empresas dos envolvidos. Os presos
podem responder pelos crimes de organização criminosa, fraudes em procedimentos
públicos, falsidade ideológica e de documentos, corrupção ativa e passiva e
prevaricação, crime praticado por funcionário público contra a administração
pública.
Fonte:
brasil247
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