Delegado diz que mulher atrapalhou operação (Foto: Reprodução / TV TEM) |
Funcionária
terceirizada trabalhava no Fórum e tinha acesso aos mandados.
Polícias
Militar e Federal de Bauru prenderam 21 pessoas durante operação.
As
investigações da "Operação Resistência" contra o tráfico de drogas, realizada nesta terça-feira (1º) em Bauru(SP) e região,, começaram há oito
meses, mas as prisões quase não foram realizadas. As polícias Federal e Militar
já investigavam os criminosos desde o começo do ano passado e faltava apenas
juntar as forças para fechar o cerco aos traficantes. Mas no meio das
investigações, os suspeitos foram avisados sobre as prisões por uma faxineira
terceirizada do Fórum, onde ficavam os mandatos, informou a Polícia Federal.
De
acordo com as investigações, a suspeita fotografou os mandados de prisão
expedidos pela Justiça contra os criminosos e o marido dela comunicou os
integrantes da quadrilha. Essa ação atrasou o trabalho da polícia. A
funcionária terceirizada é vizinha de um dos líderes da quadrilha, informou a
polícia.
"Ela
tinha relações muito próximas com a organização criminosa. Ela identificou a
existência de mandados em nome dessas pessoas e com a ajuda do marido, ambos
tornaram de conhecimento dos criminosos a ação da polícia e da Justiça. Algo
que causou muito prejuízo e transtorno para nossa operação", afirma o
delegado da Polícia Federal Ênio Bianospino.
O
casal foi preso por ser informante associado ao narcotráfico, quebra de sigilo,
favorecimento pessoal e favorecimento real. A polícia ainda não sabe informar se
a mulher se infiltrou para obter as informações no Fórum ou se ela foi
subornada para revelar as informações sigilosas.
Em
nota, o Tribunal de Justiça de São Paulo informou que vai colaborar com as
investigações e que tomará as medidas cabíveis.
Operação
Na
operação foram presas onze pessoas em Bauru, uma em Pederneiras, uma em Araras,
e cinco em Campo Grande (MS). Outras três já estavam presas durante as
investigações. Cinco continuam foragidas. Os traficantes formavam dois grupos
com participação de parentes. "A liderança dessa organização era formada
por alguns irmãos, que já estavam iniciando no crime seus filhos e
sobrinhos", conta o delegado.
Foram arbitrados 26 mandados de prisão aos traficantes. (Foto: Giuliano Tamura / TV TEM) |
De
acordo com a polícia, maconha e cocaína
compradas de fornecedores no estado vizinho e em Araras eram revendidas
no Centro-Oeste Paulista. A droga chegava escondida em caminhões, de onde eram
levadas para depósitos em chácaras, antes de ser vendida. Durante a operação,
foram retirados de circulação 400 quilos de droga dos traficantes.
Policial
envolvido
Também
segundo as investigações, um policial militar é suspeito de estar envolvido no esquema. Ele emprestaria dinheiro para os traficantes comprarem a droga nas
fronteiras do Brasil com outros países.
Segundo
o capitão da PM Gustavo Xavier, o caso será apurado pela Polícia Militar.
"Será instaurado um procedimento apuratório por parte da Polícia Militar
que vai, a partir das provas produzidas pela Polícia Federal, verificar qual
seria a melhor providência administrativa a ser adotada nesse caso. Então, baseado
nas provas que forem trazidas, que forem dadas ao conhecimento da Polícia
Militar, vai ser uma providência ou outra, quer o afastamento ou instalação de
um procedimento específico."
O
nome do policial não foi divulgado. Também não foi expedido mandado de prisão
contra ele porque ainda falta a apuração das provas e não houve flagrante nesse
caso. "Ele está afastado e assim que ele voltar, vai responder ao processo
investigatório", afirma o tenente coronel da Polícia Militar, Walter
Oliveira.
21 pessoas foram presas (Foto: Reprodução / TV TEM) |
Fonte:
g1
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