“Eu jamais irei para o Governo para me proteger”. O grampo que a Globo escondeu.

O Instituto Lula demonstrou, agora à tarde, como a Globo está manipulando os áudios gravados (ilegalmente, aliás) em conversas telefônicas do ex-presidente Lula.

Do simples envio de um documento de posse, não assinado por Dilma, para formalizar, no dia  seguinte e junto com os demais ministros , a posse de Lula na Casa Civil fez-se – e Gilmar Mendes fez no Supremo! – a suposição de que Lula se escondia de uma suposta – e até agora imaginária – ordem de prisão partida de Sérgio Moro.

Mas não se publicou ou dos grampos, em que Lula – ainda resistindo à nomeação – diz textualmente ao Governador do Piauí, Wellington Dias que “eu jamais irei para o governo para me proteger” (ouça abaixo).

Outro áudio, exibido na edição de ontem, em que Lula conversa com o cientista político e professor Antonio Carlos Almeida, foi cortado o trecho em que Lula afirma não ter o apartamento no Guarujá e a chácara em Atibaia que o acusam de possuir e fala do dinheiro que recebeu pelas palestras contratadas:

Lula: Deixa eu te falar uma coisa. Eu até acho que ele deve fazer para ver o que acontece. Porque eu quero… eu tou vivendo uma situação de anormalidade. Ou seja, esses caras podem investigar minha conta na casa do caralho que eles não vão encontrar um centavo. Esses caras sabem que eu não tenho apartamento, esses caras sabem que eu não tenho a chácara. Esses caras sabem que não só eu fiz muita palestra como eu fui o mais bem pago conferencista do começo do século 21. Só eu e o Clinton, e não sei se o Stiglitz depois. Agora, se o cidadão começa a levantar suspeita de tudo isso… eu quero ver como é que eles vão provar que eu tenho uma chácara, que eu tenho um apartamento. Porque alguém vai ter que pagar pra mim ter, eu não posso ter sem pagar, entendeu? (é o segundo áuuuuudio abaixo)

Cortar conversas pela metade  – aliás, o Paulo Henrique Amorim, lembra muito bem o episódio Ricúpero, aquele do “o que é bom a gente mostra, o que é ruim a gente esconde” – é banditismo jornalistico da pior espécie e crime imperdoável de intevenção na vida política do país quando se trata de fazer isso para tentar invalidar um ato presidencial de nomeação.

Mas, sem lei de meios, fazer o que?

Ouça os áudios aqui:

Fonte: tijolaco