A
Central de Estudantes de Graduação em Ciências do Estado da Faculdade de
Direito da UFMG recolhe assinaturas para o manifesto em que se posicionam em
defesa do mandato constitucional da presidenta Dilma Rousseff, das liberdades
democráticas, os direitos humanos e fundamentais. Estudantes de graduação,
bacharéis e mestrandos em direito, foram ao Ato em Defesa da Democracia e
Contra o Golpe, que reuniu 100 mil no centro de Belo Horizonte na sexta, 18/3.
Confira o manifesto:
Cientistas
do Estado da UFMG contra a ameaça ao Estado Democrático de Direito
Nós,
estudantes e bacharéis em Ciências do Estado na Faculdade de Direito e Ciências
do Estado da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), comprometidos com as
lutas pelas liberdades democráticas, pelos direitos humanos e direitos
fundamentais, tornamos pública esta nota contra os recentes acontecimentos
políticos e jurídicos que têm ocorrido no Brasil.
Nos
posicionamos, intransigentemente, em defesa do mandato constitucional da
presidenta Dilma Rousseff. Na condição de estudantes e bacharéis em Ciências do
Estado, compreendermos ser nosso papel não nos silenciar diante das manobras
que têm sido perpetradas pelos meios de comunicação, por um setor parcial do
judiciário e por parte da sociedade que está insatisfeita com o atual governo.
Reconhecemos a legitimidade das manifestações e da insatisfação política, mas
compreendemos que tal insatisfação não pode servir como justificativa para o
rompimento da ordem constitucional. O atropelamento nos processos de
investigação, na realização de prisões arbitrárias, no vazamento de escutas
telefônicas – envolvendo Ministros de Estado e a própria Presidenta da
República – para veículos de comunicação com clara finalidade política, são
alguns dos claros exemplos de violação à ordem constitucional que temos visto
nas últimas semanas.
Defendemos,
ainda, que o trabalho de apuração de denúncias de corrupção seja reforçado em
todas as esferas, que todos os acusados de serem corruptos e corruptores tenham
direito à ampla defesa e, se comprovadamente envolvidos, independentemente do
partido, que sejam devidamente responsabilizados, conforme a Constituição da
República.
Além
disso, lutamos pelo fortalecimento da participação popular no controle do
Estado e suas instituições, de forma a criarmos uma cultura de mais
participação, de mais autonomia e de mais poder de decisão para o povo na vida
política do país. Para tanto, defendemos uma reforma política profunda, que
seja capaz de reoxigenar a nossa democracia e também de responder aos anseios
históricos do povo brasileiro. Entendemos, ainda, que somente essa reforma
política será capaz de fazer o verdadeiro combate à corrupção.
Reafirmamos,
pois, o nosso repúdio à proposta de impeachment que vem sendo articulada pela
oposição ao Governo Federal – contanto com apoio de determinados setores da
sociedade, do judiciário e da grande mídia nacional. A inexistência de qualquer
crime, seja administrativo ou judicial, que justifique o pedido de impeachment
da presidenta Dilma, transforma a sua possibilidade em ação flagrantemente
inconstitucional. Tal pedido neste momento, portanto, nos parece ser uma clara
tentativa de derrubar o seu governo por vias antidemocráticas. A história
brasileira nos ensina os riscos existentes em ações como essa e, por isso,
lutamos intransigentemente pela defesa da Constituição da República de 1988.
#naovaitergolpe
Belo
Horizonte, março de 2016.”
Foto:
Divulgação
Assessoria
de Comunicação do PTMG
Fonte:
ptnacamara
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