Após se tornar réu em processo relacionado à operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi alvo de diversos discursos no plenário da Casa contra a sua permanência no cargo; líderes do PT, PSDB, PPS e PSOL pediram a saída de Cunha; "Para o PSDB e para a maioria da população, chegou ao limite. Não resta outra alternativa senão o afastamento. Em benefício da democracia, da economia, afirmo e solicito de maneira clara que o presidente Eduardo Cunha renuncie", afirmou o tucano Antonio Imbassahy; Henrique Fontana (PT-RS), também cobrou a saída de Cunha: "Levante dessa cadeira, se reúna com seus advogados e faça sua defesa, mas deixe o Parlamento trabalhar"
Após se tornar réu em processo relacionado à operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi alvo de diversos discursos no plenário da Casa contra a sua permanência no cargo. Líderes do PT, PSDB, PPS e PSOL pediram a saída de Cunha.
O líder do PSDB, Antonio Imbassahy (BA), criticou a demora do Conselho de Ética em abrir o processo contra Cunha, destacando que isso aconteceu em meio a manobras protelatórias, percebidas por todos os brasileiros. "A partir de hoje, lamento, temos o presidente da Câmara investigado pela própria Casa, pelo Conselho de Ética, e réu no STF. É um grande constrangimento que todos nós estamos vivendo. Para o PSDB e para a maioria da população, chegou ao limite. Não resta outra alternativa senão o afastamento. Em benefício da democracia, da economia, afirmo e solicito de maneira clara que o presidente Eduardo Cunha renuncie. Será um gesto de grande importância para a nação e poderá impulsionar o afastamento da presidente Dilma Rousseff", afirmou Imbassahy.
O líder do PPS, Rubens Bueno (PR), também pediu a saída de Cunha, acrescentando que a situação deixa a Casa em extremo constrangimento. Bueno criticou ainda o fato de Cunha apenas ouvir os discursos e continuar presidindo a sessão, de forma impassível. "Estamos vivendo um momento único na história da Câmara, que traz um fato histórico negativo que vai ficar marcado para o país ao mostrar a decisão do STF abrindo processo contra o presidente da Câmara. Esse fato traz para todos nós a mesma posição de defender a sua renúncia, e seu imediato afastamento. Não há outro caminho. A Câmara precisa se aliviar. É muito mais constrangedor vir à tribuna e dizer em frente ao presidente, que virar as costas e não olhar no olho", disse Bueno.
O deputado Henrique Fontana (PT-RS), também cobrou a saída de Cunha. Fontana disse que falava em nome do líder do PT, Afonso Florence (BA), que em entrevista no Salão Verde cobrou que o presidente da Câmara deixe o cargo. "Levante dessa cadeira, se reúna com seus advogados e faça sua defesa, mas deixe o Parlamento trabalhar. Nós vivemos um momento que temos um presidente que aposta no quanto pior melhor. O papel de Cunha hoje na presidência da Casa é simplesmente usar a presidência em seu próprio beneficio. Eu faço um apelo aos ministros ( do Supremo), que analisem o mais rápido possível pedido de afastamento de Cunha. A arrogância tem limites, a arrogância não vencerá sempre", afirmou Fontana.
Glauber Braga (PSOL-RJ) também discursou: "O Supremo Tribunal Federal já tem maioria pelo acolhimento da denúncia. É uma demonstração clara de que a partir desse momento não pode haver um processado pelo STF que esteja na linha sucessória da presidência da República, fora as ações para impedir o funcionamento do Conselho de Ética, fora as manobras realizadas na própria Câmara e, agora, com acolhimento da denúncia, me dirijo a vossa excelência, deputado Eduardo Cunha, não existe mais possibilidade de o senhor permanecer à frente da presidência da Câmara. Vossa excelência tem direito à defesa, mas a permanência à frente da presidência prejudica inclusive sua própria defesa, porque está claro a utilização da presidência, no que diz respeito ao andamento do processo, fato já dito pelo procurador-geral da República ao STF", disse.
O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) também pediu o afastamento de Cunha e criticou o "ambiente de omissão e silêncio" dos demais colegas.
"É preciso que a Câmara tome tenência, observe que isso nos diz repeito e nos leva ao patamar mais baixo da representação popular, se continuarmos nesse ambiente de corporativismo. Cunha não nos representa e não pode presidir a Câmara. Agora ele vai se tornar réu. Ter o presidente da Câmara nessas condições é uma vergonha para a república brasileira", disse Alencar.
O líder da Rede, Alessandro Molon (RJ) disse que Cunha não tem mais condições morais e políticas de presidir a Câmara e deveria se afastar. Molon lamentou o fato de o regimento interno não tratar do processo de afastamento do presidente da Casa e cobrou que Cunha tome a iniciativa de se afastar do cargo. Molon destacou ainda que a expectativa é de que o Supremo aprecie, rapidamente, o pedido do procurador geral da República, Rodrigo Janot, que pediu o afastamento de Cunha do mandato e do cargo.
Fonte: 247
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