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Até quando Queiroz e Flávio Bolsonaro vão zombar da Justiça e do Brasil?

Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz (foto: montagem HP)


O assessor de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), Fabrício Queiroz, continua sem dar explicações à Justiça sobre a movimentação suspeita de R$ 1,2 milhão, flagrada pelo Coaf (Conselho de Acompanhamento Financeiro), em sua conta bancária.

Já se passaram 40 dias depois que o Ministério Público do Rio de Janeiro cobrou a entrega da lista dos “funcionários informais” que atuavam como laranjas no gabinete do então deputado estadual e hoje senador do PSL.

Na petição, entregue em 28 de fevereiro à Promotoria, Queiroz informou que disponibilizaria nomes e endereços dos beneficiários “com o fito [objetivo] de comprovar todas as questões aduzidas”. O ex-assessor de Flávio Bolsonaro confessou que recolhia parte do salário dos funcionários do gabinete para “ampliar a base de apoio ao deputado”.

Foram duas versões diferentes. Uma, que ele usaria os recursos para redistribuir entre outros “funcionários informais” para “ampliar as bases”. Depois ele inventou a história de que recebia parte dos salários para fazer negócios de compra e venda de carros.

O policial militar Agostinho Moraes da Silva, em depoimento ao MPRJ, disse aos promotores, em janeiro, que repassava quase dois terços de seu vencimento do gabinete para investimento no “negócio” de Queiroz de compra e venda de carros que rendiam, segundo o relato, até 18% ao mês.

As versões não convenceram os investigadores, que solicitaram a lista de nomes dos envolvidos, que até agora não foi entregue. Não há nenhuma justificativa para tanta demora em entregar os dados.

O depoimento de Agostinho Moraes foi visto pelos investigadores como uma armação de Queiroz para dar ares de verdade à sua narrativa que que a movimentação milionária em sua conta vinha de um negócio de compra e venda de carros.

A lavagem de dinheiro, com a utilização de funcionários fantasmas, semelhante ao esquema montado por Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz, levou à prisão no início do mês de abril o vereador bolsonarista de Belo Horizonte, Cláudio Duarte (PSL).

A polícia também pediu – e a Justiça concedeu – a indisponibilidade de bens do vereador, que ficará afastado por 60 dias do mandato. Segundo a investigação da Polícia Civil de Minas Gerais, o parlamentar embolsou R$ 1 milhão desde janeiro de 2017, quando iniciou o mandato no Legislativo da capital.

Entre os funcionários fantasmas do gabinete de Flávio Bolsonaro estão a mãe e a mulher do ex-policial militar Adriano Magalhães, conhecido como “gordo”, miliciano chefe da quadrilha que controla a comunidade do Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Adriano está foragido e é apontado como chefe, junto com o Major Ronald Paulo Alves Pereira (preso), do “Escritório do Crime”, uma central de assassinatos de aluguel com base na região de Rio das Pedras.

O Escritório do Crime é apontado pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e pela 23ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal (PIP) como responsável pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes.

As íntimas ligações de Fabrício Queiroz com o miliciano Adriano Magalhães vêm desde muito tempo, quando os dois trabalharam juntos no 18º da Polícia Militar de Jacarepaguá.

Raimunda Veras Magalhães, mãe do ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope), foragido depois da “Operação Os Intocáveis”, aparece em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) como uma das pessoas que fizeram depósitos para Queiroz.

Ela é dona do restaurante Bairrada Adega Gourmet, no Rio Comprido, regiao central do Rio, que fica exatamente em frente à sede da agência do Banco Itaú onde coincidentemente foi feita a maioria dos depósitos na conta de Queiroz.

Raimunda depositou, de acordo com o relatório do Coaf, R$ 4,6 mil na conta de Queiroz, e aparece na folha salarial da Assembleia Legislativa do RJ (Alerj) com salário líquido de R$ 5.124,62.

A mulher de Adriano, Danielle Mendonça da Costa da Nóbrega, também trabalhou no gabinete de Flávio Bolsonaro, recebendo o mesmo salário da sogra. Ela é listada na Alerj desde novembro de 2010 e foi exonerada junto com Raimunda em 2018.

Além de empregar a mãe a e mulher de Adriano, Flávio Bolsonaro prestou uma homenagem, com a Medalha Tiradentes, ao miliciano, em 2005, quando este estava preso, acusado de assassinato.

Fonte: horadopovo

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