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Marun chama Ciro de “débil mental” e diz que Centrão apoiou Alckmin por ação do governo
ESTADÃO - O ministro Carlos Marun, da articulação política, postou comentário no grupo de WhatsApp da bancada do MDB na Câmara sobre apoio do Centrão ao presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB). Ele diz que o tucano conseguiu o apoio dos partidos do blocão (DEM, PP, PR, SD e PRB) graças ao movimento do governo para impedir que migrassem para “o débil mental” Ciro Gomes (PDT). O governo ameaçou retirar cargos do blocão caso apoiassem Ciro Gomes. Marun defendeu o apoio do MDB ao presidenciável Henrique Meirelles (MDB).
Na “reflexão”, Marun sugere propostas para o partido defender na eleição presidencial. Entre elas, a criação de um “Conselho Superior para as Polícias, para que não prospere o Estado Policialesco e as ações dos maus policiais tenha controle externo”; “uma forma de leniência para o Caixa Dois já praticado e o criminalizarmos para o futuro”; “mandatos para o STF” e “um vamos propor um valor mínimo para o atendimento pela saúde pública”.
Marun sugere que ao não receber o apoio do Centrão, o MDB terá “liberdade” para “estabelecer um projeto que não seja refém das mazelas de um presidencialismo de coalizão que sabemos ter sempre a tendência de transformar-se em um balcão de negócios”.
Leia a íntegra.
MENSAGEM AOS MDBistas:
Colegas, estive refletindo sobre a situação de nossa pátria e conclui que existem males que veem para bem. Estamos agindo corretamente. A atitude de Alckmin nas denúncias o torna não merecedor do nosso apoio. Ajudamos a sua candidatura é verdade, ao vetarmos o apoio do Centrão ao débil mental do Ciro Gomes. Este apoio foi para os tucanos, mas isto não é de todo ruim. Sabemos que a tucanidade de Alckmin não o faz o candidato para o agora.
Temos um ótimo candidato e temos liberdade para estabelecermos um projeto realmente modernizador e que não seja refem das mazelas de um presidencialismo de coalizão que sabemos ter sempre a tendência de transformar-se em um balcão de negócios. Um projeto que vá além da Economia. Somos ou não somos um partido reformista? Se somos, chegou a hora da ousadia. Conclamo os companheiros a apresentarmos a nação um plano realmente arrojado, que dê continuidade às conquistas do nosso Governo Temer. Com coragem de dizer a verdade. Confiantes na vitória, mas sem medo da derrota.
Vamos reafirmar nosso compromisso absoluto com a responsabilidade fiscal.
Vamos assumir o compromisso de fazermos ainda em novembro a Reforma da Previdência. Quanto a política, nós sabemos que ela tem que mudar.
Vamos propor em janeiro uma reforma política que realmente reduza o número de partidos, acabe com a reeleição para o executivo, reduza o número de parlamentares nas casas legislativas da União, Estados e Municípios e redusa proporcionalmente estas despesas. Vamos desburocratizar as eleições, mas punir realmente o uso de dinheiro ilegal nos pleitos. Podemos propor uma forma de leniência para o Caixa Dois já praticado e o criminalizarmos para o futuro.
Vamos propor uma verdadeira reforma da administração pública com a relativização da estabilidade e com um teto salarial de acesso ao serviço público não superior um terço do teto de saída.
Vamos radicalizar nas privatizações e propor a autonomia do Banco Central
Vamos propor mandatos para o STF, revogar a Lei da Bengala, votar a Lei do Abuso de Autoridade, e criarmos uma Corte Constitucional que possa dirimir conflitos entre as decisões do STF e a Constituição Federal.
Vamos propor um Conselho Superior para as Polícias, para que não prospere o Estado Policialesco e as ações dos maus policiais tenha controle externo.
Vamos propor medidas que possibilitem um real combate a criminalidade, duras mas realísticas. Vamos ter coragem de dizer que cadeias são hoje universidades do crime. Que lá devem estar os reincidentes e aqueles que representam perigo para s sociedade. Que em relação aos outros tipos de crime temos que propor medidas duras mas alternativas. Que é uma imbecilidade ficarmos sustentando delinquentes em presídios para que eles saiam dali criminosos perigosos.
Vamos deixar claro que existem só Três Poderes na Republica e que eles devem se respeitar.
Vamos manter o Bolsa Família, mas vamos propor um valor mínimo para o atendimento pela saúde pública, mantendo a gratuidade absoluta somente para aqueles que são realmente carentes.
Vamos apoiar a educação criando a obrigatoriedade das TVs concessionárias públicas de apresentarem diariamente das 9 às 11hs e das 14 às 16hs programas educativos produzidos pelo estado.
Vamos…, vamos…, vamos ousar!
Se vencermos, será uma vitória do Brasil. Se isto não acontecer, pelo menos teremos o orgulho de não termos participado da eleição a passeio.
Coragem MDB e vamos em frente!
CARLOS MARUN
No final da noite, a assessoria do ministro divulgou a seguinte nota:
NOTA
Postei hoje mensagem no grupo de parlamentares do MDB onde faço considerações a respeito da sucessão presidencial. Tratam-se de posições pessoais que quero discutir com o partido e com o nosso candidato. Admito que se soubesse que as mesmas se tornariam públicas não teria utilizado o termo “débil mental” em relação ao Sr Ciro Gomes, por reconhecer que, independentemente de minhas posições pessoais, um candidato a presidente da República deve ser publicamente tratado com maior respeito.
Carlos Marun – ministro-chefe da Secretaria de Governo
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