Dentre as minhas diversas noites de insônia, uma delas me chamou muita atenção. Logo após algumas poucas horas de sono, acordei após fritar na cama e me levantei. Como de praxe, me dirigi a um café vinte e quatro horas, que fica há poucos quilômetros do “meu quarto”. Dei uma volta com o cachorrinho, antes de sair, pensei em algumas matérias que poderia escrever no dia seguinte, texto poéticos ou análises de conjuntura que iria fazer para A Postagem. Entrei com o cachorrinho, que costumo chamar carinhosamente de “Zé Bichinho”, peguei o notebook e fui pro café.
Chegando lá, um dos atendentes, que já me conhece pelo nome, já sabia o que pediria, o velho e costumeiro espresso forte e uma coca-cola zero. Aos que já balançaram a cabeça, adianto que o único vício que tenho. Antes do café chegar na metade, o atendente aproveitou o vácuo de clientes, próprio das três da manhã, se achegou e perguntou sobre ciência. Falamos de foguete, da NASA, das minhas “viagens” pelo mundo e das diferentes culturas. Invariavelmente, chegamos no Brasil e, obviamente, no caso do Triplex do ex-presidente Lula.
O amigo, que sonha em ser policial militar e deseja fazer a escola de oficiais da PM carioca, era grande defensor do juiz Sérgio Moro. Em nossos debates, sempre mantive cuidados para não rasgar a cordialidade da amizade, não foi diferente. Então, abordei um dos fundamentos do pensamento republicano, aos meus olhos. “Numa república democrática, não importa verdade, dado que é um ponto de vista, mas sim, a legalidade”. Em outras palavras, fora da legalidade, nada deve ser tolerado. Ao terminar o discurso, recebi uma grata e impressionante surpresa, na fala do amigo de madrugadas:
“Pois é. E agora, como eu fico?! Aquele filho da p*** do Moro recebendo essa m*** de auxílio-moradia, sem necessidade e com um triplex pertinho do trabalho. A justiça tá podre!” Afirmou meu amigo.
Após a fala indignada, foi tirar sua hora de descanso. Eu?! Eu abri o notebook e escrevi um longo texto intitulado: NÃO É LULA MAS, O JUDICIÁRIO QUEM ESTÁ EM JULGAMENTO: Mesmo que não compreendam. . Parece, que Carl Marx tem razão e termino essa crônica da mesma maneira que terminei a matéria, “tudo que é sólido se desmancha no ar.”
Fonte: apostagem
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