Mudanças foram aprovadas pela Câmara dos Deputados e agora seguem para apreciação do Senado
GZH - As mudanças no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), aprovadas na terça-feira (31) pela Câmara dos Deputados, devem inviabilizar o programa e resultar em demissão de professores e até no fechamento de instituições de Ensino Superior, segundo avaliação do presidente do Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinepe-RS), Bruno Eizerik. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade na manhã desta quarta-feira, ele criticou a proposta, que agora segue para avaliação do Senado.
— As instituições de ensino não foram consultadas e não concordam com as novas regras, que inviabilizam o Fies.
Levantamento feito pelo Sinepe junto às instituições de ensino gaúchas aponta que apenas 30% delas confirmam que irão aderir ao novo modelo de Fies, caso o projeto seja aprovado no Senado e entre em vigor em 2018. O restante ainda não definiu, mas, de acordo com o sindicato, tende a não aderir por entender que as regras tornam o programa inviável.
O presidente do Sinepe aponta três motivos para o que classificou de "começo do fim do Fies no Brasil": as instituições de ensino não receberão reajustes das mensalidades dos alunos do programa; irão perder até 25% do valor das mensalidades no pagamento de taxas bancárias; e terão de arcar com parte dos custos da inadimplência dos estudantes.
O governo argumenta que as mudanças são necessárias para garantir a sustentabilidade e a continuidade do programa. Segundo o ministro da Educação, Mendonça Filho, o Fies precisa ser reestruturado para cobrir um rombo de R$ 32 bilhões do sistema, com uma taxa de inadimplência que chega a 46%. O ministro defende que não haverá corte de vagas.
"As mudanças asseguram a sustentabilidade a médio e longo prazo do Fies e, ao mesmo tempo, reformula o programa garantindo crédito de juros zero para 100 mil estudantes de todo o país ", disse Mendonça Filho em nota.
Para o Sinepe, haverá redução de vagas porque as universidades terão dificuldade de aderir ao novo modelo, que traria mais custos para as instituições.
— Se tivermos menos ingresso de alunos vamos ter enxugamento, demissão de professores, de técnicos e até fechamento de instituições no nosso Estado.
Em 2014, no auge do Fies, foram abertas 29,5 mil vagas pelo programa no Rio Grande do Sul. Este ano o número caiu para 7,8 mil.
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