247 - Um dia depois de chegar à Câmara a denúncia de que lidera uma organização criminosa e obstruiu a Justiça, Michel Temer foi às redes sociais tentar se defender.
Em vídeo divulgado em sua página no Twitter, Temer ataca o ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e compara o Brasil de hoje a um "regime de exceção". "Só regimes de exceção aceitaram acusações sem provas, movidos por preconceito, ódio, rancor ou interesses escusos. Lamento dizer que, hoje, o Brasil pode estar trilhando este caminho", diz Temer.
Temer criticou os supostos "abusos" cometidos contra ele e afirmou ter convicção de que a Câmara dos Deputados, que terá que julgar se autoriza ou não o prosseguimento desta segunda denúncia, o absolverá e encerrará os "últimos episódios de uma triste página da história".
"A verdade prevaleceu ante o primeiro ataque a meu governo e a mim. A verdade, mais uma vez, triunfará. Tenho convicção absoluta de que a Câmara dos Deputados encerrará esses últimos episódios de uma triste página de nossa história, em que mentiras e inverdades induziram a mídia e as redes sociais nestes últimos dias. A incoerência e a falsidade foram armas do cotidiano para o extermínio de reputações", afirmou.
"Graças aos áudios que tentaram esconder, mas que vieram a público acidentalmente, sabe-se que contra mim, armou-se conspiração de múltiplos propósitos. Conspiraram para deixar impunes os maiores criminosos confessos do Brasil, finalmente presos", afirmou o peemedebista.
A segunda denúncia contra Michel Temer deve ser lida no Plenário da Câmara nesta segunda-feira, 25.
Leia reportagem da Reuters sobre o assunto:
A denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer pelos crimes de obstrução das investigações e organização criminosa deve ser lida no plenário da Câmara dos Deputados na próxima segunda-feira.
A leitura da denúncia é requisito necessário para a notificação do presidente, momento a partir do qual passará a contar o prazo para a apresentação da defesa à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Mas a peça precisa ser lida durante uma sessão, que só pode ser aberta com no mínimo 51 deputados na Casa. No início da tarde desta sexta-feira, aplicativo da Câmara que informa o quórum apontava seis deputados na Casa. Como há sessão deliberativa convocada para a manhã de terça-feira, é mais provável que haja o quórum de 51 deputados na segunda-feira.
Por ora, a denúncia encontra-se na Secretaria-Geral da Mesa da Câmara, onde está sendo processada e numerada. Quando for lida, a peça será encaminhada para a CCJ, órgão da Câmara a quem cabe formalmente a notificação. Uma vez notificado o presidente, passa a contar o prazo de dez sessões (do plenário da Câmara) para a apresentação da defesa de Temer.
Após a manifestação da defesa, passa correr, então, o prazo de cinco sessões (também do plenário) para que o deputado escolhido como relator do caso apresente um parecer.
O parecer é então votado pela CCJ, e depois, pelo plenário. A denúncia só tem continuidade se receber o apoio de 342 deputados --número equivalente a dois terços do plenário.
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