247 - As dificuldades enfrentadas pelo governo Michel temer em aprovar a reforma da Previdência devem empurrar a votação do projeto que altera as regras para a concessão de aposentadorias e benefícios para agosto ou setembro, a despeito do discurso do governo de insistir que ela ocorrerá em julho. "Pouco importa. O que assusta de fato os mercados e preocupa o Palácio do Planalto não é que a votação da reforma da Previdência atrase um ou dois meses e somente seja concluída no segundo semestre, mas sim que ela seja desidratada no Congresso", diz o jornalista Raymundo Costa, no jornal Valor Econômico.
Em dezembro, segundo ele, já existia a percepção que o texto original da reforma da Previdência não seria aprovado integralmente, "sentimento que se mantém vivo", destaca. Ele ressalta que os ex-presidentes Fernando Henrique Cardozo e Luiz Inácio Lula da Silva também enfrentaram resistências por parte dos congressistas, incluindo de membros da base aliada.
'O grande desafio para o Palácio do Planalto, na Câmara dos Deputados, é evitar a desidratação da proposta ao ponto de torná-la ineficaz do ponto de vista fiscal. Já no Senado Federal, o desafio do governo será outro: impedir que os senadores façam modificações no texto aprovado, o que implicaria na devolução da proposta à Câmara", avalia. "Neste caso, sim, existe o risco de a PEC não ser votada antes de outubro, data emblemática por disparar o relógio da sucessão presidencial, quando o conflito político se exacerba e se estreitam as margens de negociação", completa.
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