Grupo Gois & Silva confirmou em nota oficial na tarde desta segunda-feira que cancelou seu patrocínio ao clube de Varginha
Por Lucas Soares e Régis MeloVarginha, MG
G1 - O principal patrocinador do Boa Esporte, o Grupo Gois & Silva, divulgou na tarde desta segunda-feira (13) que cancelou seu patrocínio ao clube de Varginha. Segundo nota divulgada no site oficial do grupo, a decisão foi tomada depois que o clube decidiu não rever sua posição de contratar o goleiro Bruno.
Ainda conforme a nota, com o término do contrato, o Grupo Gois e Silva pediu a retirada de suas marcas (Grupo Gois e Silva, Dengue Control e Fazenda Ouro Velho) das camisetas, redes sociais e todos os demais canais de comunicação do Boa Esporte Clube. Ficou acordado consensualmente um período operacional para o clube apresentar seu novo uniforme sem as marcas do Grupo Gois e Silva.
Este é o terceiro patrocínio que o Boa Esporte perde após anunciar a contratação do goleiro Bruno. Antes, também já haviam anunciado a saída a Nutrends Nutrition, empresa de suplementos nutricionais e a Magsul, clínica especializada em ressoâncias magnéticas. A Cardiocenter Varginha, que prestava serviços de avaliações médicas ao clube, também disse ter pedido para que sua marca fosse removida do site do clube.
Patrocinador master do Boa Esporte confirma retirada de patrocínio ao clube (Foto: Reprodução )
A Kanxa, empresa fornecedora de material esportivo, também se posicionou contrária à contratação do goleiro pelo Boa Esporte. A empresa possui uma parceria com o clube de Varginha para o fornecimento de material esportivo em troca de visibilidade de marca e venda de camisas. A empresa informou que estuda o caso e aguarda o anúncio oficial da contratação para definir se continua com a parceria.
Goleiro fará exames só nesta terça-feira
O goleiro Bruno Fernandes já está em Varginha (MG) para assinar contrato com o Boa Esporte. No entanto, conforme a diretoria do clube, ele só deverá fazer os exames necessários na manhã desta terça-feira (14), horas antes da apresentação oficial do jogador. O clube ainda não divulgou o local e o horário da apresentação.
Mesmo com a debandada de vários patrocinadores, que não querem associar suas marcas ao goleiro, a diretoria do Boa Esporte disse pela manhã que não vai desistir do negócio.
Goleiro Bruno é aguardado no CT do Boa Esporte, em Varginha (Foto: Régis Melo)
Site hackeado
Após o anúncio da contratação do goleiro Bruno na última sexta-feira (10), o site oficial do Boa Esporte Clube foi hackeado no início da tarde deste domingo (12). A página inicial, que trazia informações sobre o clube e os últimos jogos no Campeonato Mineiro, foi substituída por um texto com dados sobre feminicídio e questionamentos sobre a associação de empresas com o jogador.
Momentos depois, o Boa Esporte retirou a mensagem do ar, deixando somente uma página em branco.
Página oficial do Boa Esporte foi hackeada após anúncio do goleiro Bruno (Foto: Reprodução site Boa Esporte)
Outro lado
Em nota oficial publicada no início da tarde deste domingo (12) e assinada pelo presidente do clube, Rone Moraes da Costa, o Boa Esporte afirma que "não foi o responsável pela soltura e liberdade do atleta Bruno, mas o clube e sua equipe, enquanto empresa e representada por seres humanos, dotada de justiça e legalidade, podem dizer que tentam fazer justiça ajudando um ser humano, mais, cumprem a legalidade dando trabalho a quem pretende se recuperar".
No documento, o presidente diz ainda que "o tão procurado estado democrático de direito, a sociedade justa e fiel, a vida em sociedade, segundo critérios civilizados indicam de longa data que o criminoso colocado em liberdade deve ter atenção do estado, atenção suficiente para que possa restabelecer uma vida em sociedade. E ninguém pode negar que não existe vida em sociedade mais digna [do que a] vida no trabalho".
Goleiro Bruno Fernandes se reúne com a diretoria do Boa Esporte (Foto: Reprodução / Redes Sociais)
Confira a nota da diretoria do Boa Esporte na íntegra:
O que dizer da contratação do atleta Bruno?
O Boa Esporte clube. Equipe de futebol profissional em minas gerais, clube reconhecido nacionalmente, sendo campeão Brasileiro da Série C.
Convive nos últimos dias com uma avalanche de comentários nas redes sociais após noticia da contratação do atleta Bruno.
A cidade de Varginha que é conhecida pela possível aparição de um extraterrestre (ET) convive com a notícia da contratação do atleta Bruno.
A regra legal brasileira é a que todos, inclusive os criminosos mais perigosos, sejam submetidos a um julgamento honesto, imparcial e que a lei seja o fundamento da punição. Por sua vez, quando pensamos na aplicação da lei, certo ou não, suficiente o bastante ou não, justa o suficiente para o caso ou não, o que não podemos deixar de entender é determinado pelo cumprimento da lei. As consequências do erro humano possuem fundamentos de pena corporal. A lei dos homens indica a aplicação de penas variáveis de acordo de uma série de crenças, costumes e ideologias.
No Brasil os criminosos serão apenados com a prisão e, via de regras, colocados em liberdade, deve ser orientado, acompanhado e, não menos, pelo caminho de Deus.
Com certeza um dos motivos da evolução da pena que ela não seja transferida para outras pessoas, que seja pessoal, que não seja definida pela lei do Talião (olho por olho, dente por dente).
O tão procurado estado democrático de direito, a sociedade justa e fiel, a vida em sociedade, segundo critérios civilizados indicam de longa data que o criminoso colocado em liberdade deve ter atenção do estado, atenção suficiente para que possa restabelecer uma vida em sociedade. E ninguém pode negar que não existe vida em sociedade mais digna vida no trabalho. Quem nunca ouviu: o trabalho dignifica o homem? Então o argumento seria asqueroso, nojento ou imoral (a contratação do atleta Bruno), antes de mais nada, legalmente, faz parte da obrigação social da empresa, da sociedade em cooperar com a recuperação de um ser humano. Aqui não se condena a morte ou prisão perpetua. Enquanto isso não refletir a regra legal, a regra é que o egresso, o criminoso colocado em liberdade, possa obter meios de viver em sociedade, trabalhando e procurando dignidade em sua vida.
Onde estaria a contribuição de uma empresa esportiva quando cumpre a lei? Diante desses argumentos podemos afirmar que o Boa Esporte Clube não foi o responsável pela soltura e liberdade do atleta Bruno, mas o clube e sua equipe, enquanto empresa e representada por seres humanos, dotada de justiça e legalidade, podem dizer que tentam fazer justiça ajudando um ser humano, mais, cumprem a legalidade dando trabalho a quem pretende se recuperar.
O Boa Esporte Clube não esta cometendo nenhum crime conforme a legislação Brasileira e perante a lei de Deus.
Boa Esporte Clube.
Rone Moraes da Costa
Presidente
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