Por Fernando Brito, editor do Tijolaço
Kennedy Alencar publicou mais cedo um post, em seu blog, dizendo que Lula e Ciro se reaproximam e podem jogar juntos em 2018, um texto como é de sua natureza, correto e de boa análise.
Diz que ambos têm interesse nessa aproximação, como que concordo.
Mas não creio que integrando a mesma chapa, porque em política 2+2 podem ser 3, 4 ou 5.
Ciro sabe que o discurso de enfrentamento radical pode dar-lhe algo, mas não a maioria. Lula sabe que é o ímã da estabilidade e da volta da vida brasileira à normalidade o que lhe recomenda certa contenção e uma campanha marcadamente propositiva.
E vice-versa, sabem o que está colocado diante do outro.
Em condições normais de temperatura e pressão, não vejo em que uma candidatura Ciro atrapalharia Lula, ao contrário. Há eleições locais e isso ajuda a superar incompatibilidades e somar mais.
Como candidato, Ciro vai estar mais livre para seus embates e estocadas verbais do que como vice de Lula, situação em que, necessariamente, teria de ser mais contido.
Lula, mais solto para as alianças informais que terá com o que sobrar de pequenos partidos e outsiders, porque PSDB e DEM tomarão todos os espaços deles na chapa “temerista”.
E o próoprio Temer será um “chumbo” a carregar.
Acredito que Lula e Ciro vão inevitavelmente juntos em 2018.
Juntos, mas não misturados.
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