Tijolaço - Curiosíssima a nota publicada hoje cedo na coluna de Lauro Jardim, em O Globo.
Michel Temer proibiu Marcela de dar entrevistas — o que ainda não ocorreu desde que ele assumiu o cargo. Por enquanto, qualquer declaração dela será por meio de assessores.
Vejam que não é pedir, apelar, ponderar, recomendar. É proibir.
Deveria ter aproveitado a visita ontem à Ministra Carmem Lúcia para que ela lhe recordasse do ditado “cala a boca já morreu, quem manda na minha boca sou eu”, usado por ela em um de seus votos sobre liberdade de expressão.
Nem se espera que haja temores de coisas como o machistérrimo quadro “Fernandinho e Ofélia”. que Lúcio Mauro e a falecida Sônia Mamede protagonizavam no famoso “Balança, mas não cai”, sem ironias com o atual governo, claro.
Depois, ninguém, ao que se saiba, está perseguindo a Dona Marcela atrás de entrevistas.
Talvez a Veja, que começou com a história do “bela, recatada e do lar” e, semana passada, veio com a capa da Super-Marcela, heroína que vinha para salvar o decrépito governo Temer, que se afunda no descrédito generalizado.
Será que a revista dos Civita, dentro dos padrões éticos que lhe são peculiares, andam assediando a jovem Marcela?
E se for, certamente não é sobre se ela gosta tanto do sorvete Haagen-Dazs.
Qual é exatamente o significado político de Marcela? Por que esta proibição, tão non-sense quanto um assédio?Como dizia o velho Brizola, tem batata nessa chaleira.
O jogo sujo do jornalismo imundo não tem limites, sabe-se.
E a sujeira das intrigas do golpismo não tem, também.
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