Quem está indignado e estarrecido com a barbárie cruel da carnificina carcerária brasileira, pronto, é defensor de bandidos, "é da turma de direitos humanos ".
Do outro lado, os que aplaudem, jocosamente, reverberam frases desumanas, as velhas e requentadas: "só morreu bandido", "menos vagabundo no mundo" e coisas do gênero.
Talvez, olhando para um forno de cremação humana na segunda guerra, fossem exatamente essas as frases proferidas por Hitler, Mengele e outros anjos da morte.
Estou sinceramente exausto da convivência (des)humana.
Há quem diga que o Facebook se "tornou" um espaço insuportável etc.
Nada disso, ele deu voz aos insuportáveis que sempre estiveram ao nosso lado.
Esse mesmo Facebook, sem qualquer manifestação, torna-se um local de silêncio, quase um templo de observação.
O barulho vem de quem usa, e haverá sempre a escolha de fazer música, ou simplesmente barulho.
O Facebook conseguiu reunir legiões de pessoas que sempre estiveram a nossa volta, dando voz e amplificando seus pensamentos e posições.
O resultado é muito triste, do ponto de vista social e humanitário.
A perversidade é cultivada como uma virtude, uma espécie de habilidade defensiva, aplicável ao outro, em qualquer circunstância.
O diálogo deu lugar ao julgamento.
São milhões de juízes, especialistas de tudo e conhecedores de nada, enfrentando de forma rasa as mais complexas vicissitudes humanas.
Aliás, ser desumano no Brasil parece deferir status, o imaginário coletivo aplaude o apresentador ignóbil que, em seu programa policial dantesco, cria bordões cruéis, que estimulam a violência, mas sempre cheios de testosterona.
A "macheza" contra os fracos é uma virtude na terra da polarização, afinal, eles que morram no time dos fracos, "eu sou da equipe dos fortes ".
E assim se desenvolve um processo brasileiro de assepsia social, uma espécie de corruptela da Teoria da Evolução de Charles Darwin, onde, em inequívoca demonstração de involução civilizatória, selecionamos e aprisionamos os indesejáveis e propiciamos o ambiente perfeito para seu extermínio.
Darwin, ao estruturar a Teoria da Seleção Natural, não poderia imaginar que, no Brasil, em pleno século XXI, houvesse predadores capazes de alimentar uma seleção (social), à partir do exercício criminoso do poder, e que a barbárie fosse aplaudida e, por vezes, defendida por autoridades.
Não é crível que alguém, com o mínimo de discernimento, não enxergue que os dois massacres, tanto quanto os que ainda estão por vir (outros virão, infelizmente), não sejam (in)consequências do exercício anômalo e perverso do poder, guiado por políticas ultrapassadas, tendentes a usar o sistema de justiça criminal como contenção e isolamento da população negra e pobre, os indesejáveis de sempre, para que não se aproximem a ponto de "contaminar" a existência "limpa" de uma classe dominante.
O subconsciente de um dos maiores representantes dessa classe dominadora foi à televisão e, em ato falho, disse que: " lamentava pelas famílias e seus PRESOS mortos".
Na concepção seletiva e perversa desse indivíduo, um ser humano preso não é filho, pai, marido, irmão de ninguém, ele é simplesmente PRESO, mesmo na hora da morte.
Quando criança ouvia a afirmação de Nélson Rodrigues, a qual o mesmo atribuía a Otto Lara Rezende: "o mineiro só é solidário no câncer ".
Se depois do câncer vem a morte, o atual vice-presidente em tomada anômala do exercício do poder não é solidário nem na morte, quanto mais no câncer.
Diante de decapitações, esquartejamos e outras barbáries, o senhor vice-presidente em tomada anômala do exercício do poder vai à TV para se referir aos mortos como, SEUS PRESOS MORTOS.
Pronto, está demonstrada e estabelecida uma nova (des)ordem no que sobrou do Brasil.
Vindo de cima pra baixo (muito embora a parte mais rasa esteja justamente em cima), quando a mais alta das baixas autoridades legitima a morte e a indignidade de tratamento como fez o senhor Temer, isso é visto como uma espécie de Laissez-passer para as demais autoridades, reverberando-se (hoje o termo é viralizando) pela sociedade, como um cheque em branco ao ódio.
O vice-presidente em tomada anômala do exercício do poder se assessora de um ministro que beira à esquizofrenia, com um discurso tão inconsistente quanto a própria franja que lhe cobre a testa.
Enquanto isso, a seleção natural brasileira vai tomando conta de outras unidades de carnificina pelo país, mas afinal, lá não estão pessoas, mas apenas OS SEUS PRESOS.
Volto ao Facebook para observar a polarização mencionada ao início e vejo que o rio de ódio, cada vez mais caudaloso em meu país (agora superdimensionado pelo Facebook), não tem nada de natural, não é um flagelo endêmico ao meu povo, trata-se de um rio artificial, produzido pelas hienas que sempre estiveram rindo ao nosso lado, alimentam essa polarização como forma de manutenção do poder, mesmo que, para tanto, pessoas sejam massacradas (pessoas não, PRESOS).
O Advogado James Walker JR Lança Novo Livro
O advogado e professor James Walker Júnior, sócio do escritório WALKER ADVOGADOS ASSOCIADOS, convida a todos para o lançamento do seu novo trabalho: DIREITO PENAL TRIBUTÁRIO: uma visão garantista da unicidade do injusto penal tributário.
Escrito em parceria acadêmica com o estimado professor Alexandre Fragoso.
O lançamento será no CCJF - Centro Cultural da Justiça Federal, na Avenida Rio Branco, n. 241, Centro - Rio de Janeiro.
Dia 24 de janeiro de 2017 (terça-feira), às 18h.
Todos convidados !
Escrito em parceria acadêmica com o estimado professor Alexandre Fragoso.
O lançamento será no CCJF - Centro Cultural da Justiça Federal, na Avenida Rio Branco, n. 241, Centro - Rio de Janeiro.
Dia 24 de janeiro de 2017 (terça-feira), às 18h.
Todos convidados !
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