Foto: Jorge William / Agência O Globo |
Chegou, viu e perdeu |
Do vermelho
Paulo
Nogueira: O golpe dentro do golpe e os últimos dias de Temer
Tudo
sugere que Temer caminha para seus últimos dias na presidência. Não deu certo.
O fato é que ele foi, desde os primeiros dias, um fracasso monumental. Já
sabíamos que era decorativo, medíocre, sem carisma, antiquado, sem liderança —
e traiçoeiro.
Por
Paulo Nogueira*, no DCM
O
que ficamos sabendo rapidamente, desde que ele assumiu, é que Temer é
extraordinariamente incompetente.
Os
romanos tinham um provérbio que, de tão sábio, sobreviveu aos séculos. Nenhum
vento ajuda quando você não sabe para onde ir.
É
o caso de Temer.
Numa
entrevista ao 247, Dilma o definiu com perfeição. É um homem menor que o
Brasil.
FHC,
que já está com uma faca nas mãos para enterrá-la nas costas de Temer,
definiu-o também com acerto: uma pinguela.
Pinguela
é uma ponte tosca, precária, que liga dois pontos. No caso de Temer, ligou o
caos ao apocalipse.
Temer
me lembrou uma passagem de Veríssimo a respeito do cubículo ocupado por seu
detetive Ed Morte. Era tão minúsculo que Ed o tratava como cubi, não como
cubículo.
Temer
é Te.
Fracassou
em tudo. Na admnistração da política, da economia, em qualquer coisa em que
meteu as mãos.
Fracassou
até no cuidado em manter sob vigilância seus sócios tucanos na conspiração
golpista.
Não
imaginou que poderia acontecer a ele o mesmo que aconteceu a Dilma: ser traído.
Será.
Já foi, de resto. Você não define alguém como pinguela sem propósitos
matadores.
Mais
que Aécio, FHC é o Temer de Dilma. Ele sonha voltar à presidência numa eleição
indireta em 2017. Isso aos 85 anos.
Diretas
já teriam que ser até o final de 2016, e parece não haver tempo para armá-las.
As ruas demoraram para se manifestar com o devido vigor por elas.
Eis
o golpe dentro do golpe.
Temer
é usado, cumpre seu destino de pior presidente da história — e é jogado fora
pelos aliados tucanos de ocasião, mancomunados com os barões da mídia. Estes já
o abandonaram faz tempo.
Temer
é um homem morto andando.
Ao
contrário de Júlio César, chegou, viu — e perdeu. De 7 a 1,
*Paulo
Nogueira é jornalista, fundador e diretor editorial do site de notícias e
análises Diário do Centro do Mundo.
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