Ausente durante todo o primeiro turno e praticamente todo o segundo, o presidente do PSDB apareceu depois de ser atacado pela campanha de Kalil
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Do em.com.br
Na véspera do encerramento da propaganda eleitoral de rádio e televisão – e a três dias da eleição –, o senador Aécio Neves (PSDB) apareceu pela primeira vez, nesta quinta-feira, no programa do seu afilhado político, o deputado estadual João Leite. O tucano usou dois minutos da peça publicitária em um depoimento no qual colocou o parlamentar como a única opção segura para governar Belo Horizonte. “Essa eleição é também sobre valores, sobre o tipo de pessoa que queremos ver nos governando”, afirmou.
Aécio aparece na TV dois dias depois de ser criticado pelo adversário de João Leite nas urnas, Alexandre Kalil (PHS), no debate da TV Alterosa. Na ocasião, o ex-dirigente do Atlético questionou se os mineiros receberiam bem um investigado na Operação Lava-Jato. O tucano também foi criticado em um vídeo de Kalil no Facebook.
Aécio inicia a fala dizendo que não pretendia de usar o espaço do programa na última semana de campanha. “Sempre defendi que esse espaço pudesse ser usado pelos candidatos para apresentar as suas ideias e contar a sua própria história. Mas a tentativa dos nossos adversários de desconstruir tudo aquilo que foi feito em Belo Horizonte e em Minas ao longo de mais de 10 anos por tantas pessoas de bem me obriga a estar aqui hoje”, afirmou.
O ex-governador de Minas diz que os adversários fizeram uma campanha contra a política e, com isso, “fizeram a defesa da má política”. Aécio afirmou que, sem a boa política, o que existe é “autoritarismo” e “prepotência”.
Ele se dirige aos eleitores e afirma que uma cidade com a complexidade de Belo Horizonte precisa de experiência, responsabilidade e capacidade de diálogo. “Não vamos perder a oportunidade de colocar BH no caminho seguro, o único que pode melhorar de verdade a sua vida. Não vamos nos enganar, venha conosco, vamos com João Leite, porque BH merece respeito”, conclui.
Na véspera da estreia de Aécio no programa, Kalil fez uma transmissão ao vivo pelo Facebook em que ameaçou os tucanos, dizendo que vem “surpresinha” por aí. O candidato do PHS disse que todos os que estão do lado de João Leite são “come e dorme” e que eles “liquidaram esse estado em 13 anos”.
Kalil disse ainda que João Leite votou a favor da lei que extinguiu o fundo de Previdência dos servidores públicos estaduais (Funpemg), que transferiu cerca de R$ 3 bilhões para o caixa do estado. “O governo Anastasia queimou a Previdência de milhares de pessoas”, disse.
Rabo preso
No vídeo de quarta-feira, Kalil também citou a prisão do ex-presidente do PSDB Nárcio Rodrigues, por suspeita de corrupção na construção do complexo das águas Hidroex em Frutal, no Triângulo Mineiro. Disse que o último trabalho de João Leite foi tirá-lo da cadeia. “Ele é tirador de bandido da cadeia. Vocês querem levar para esse nível, vocês não têm rabo para isso porque o rabo de vocês é preso”, afirmou. O empresário disse, ainda, que não vai adiantar João Leite “abraçar o senhor Aécio Neves”.
O candidato do PHS também citou o deputado federal Marcus Pestana e outros tucanos. “Vocês, cuidado comigo, vocês não estão mexendo com ‘dá um jóia aí’ não”, afirmou se referindo ao deputado federal Leonardo Quintão (PMDB), derrotado pelos tucanos na disputa eleitoral no segundo turno de 2008 e que tinha a expressão como bordão de campanha. Kalil afirmou que vai continuar suas denúncias mesmo depois de acabar os programas da campanha, pois tem 1,5 milhão de seguidores na internet. Do em.com.br
***"Distante das eleições municipais no primeiro turno, o senador Aécio Neves reforçou a campanha de João Leite (PSDB) na reta final da disputa pela prefeitura de Belo Horizonte. Na última semana, o candidato foi acompanhado de perto pelo senador, principal interessado em sua vitória na capital mineira. O tucano desembarcou na cidade na segunda-feira, quando participou de um jantar para arrecadar fundos para a campanha de Leite. Voltou para Brasília na quarta-feira. No fim de semana, retorna à capital para votar e acompanhar a apuração ao lado do correligionário.
Depois de ser ultrapassado pelo rival Alexandre Kalil (PHS) nas pesquisas de intenção de voto, Leite também passou a contar com a participação direta dos deputados federais Marcus Pestana e Domingos Sávio, além de Andrea Neves, irmã de Aécio, no comando da campanha. Andrea comandou a estrutura de comunicação do governo de Aécio em Minas e é conhecida por ser a grande responsável pela construção da imagem do irmão como um gestor competente. Também coube à ela, sempre nos bastidores, o comando da campanha do tucano à presidência em 2014.
Segundo Marcus Pestana, Andrea fica responsável por dar o tom do programa eleitoral televisivo de João Leite. Na última quinta-feira (27), o personagem principal da propaganda foi Aécio, que apareceu sozinho na TV, pedindo votos ao candidato. Durante dois minutos, falou sobre a importância da “boa política”, sem a qual “não há democracia” e sim o “autoritarismo”. O recado foi dirigido à Kalil, que tem como slogan de campanha o mote “chega de político”.
Aécio está diante de duas disputas: uma pela prefeitura da capital de seu estado, outra pela indicação de seu nome como candidato à presidência da República. Um dos cotados pelo partido é Geraldo Alckmin, que elegeu João Doria em primeiro turno em São Paulo. Os quadros ligados à Aécio negam que a eventual derrota de Leite enfraqueça a indicação do senador mineiro para 2018. Se João Leite perder, contudo, será o terceiro fracasso consecutivo de Aécio em seu colégio eleitoral. Há dois anos, o senador perdeu a eleição para Dilma em Minas e também não elegeu o governador Pimenta da Veiga contra o petista Fernando Pimentel.
Oficialmente, o senador não fala sobre suas atividades na campanha do correligionário. Em seu lugar, Domingos Sávio, presidente estadual do PSDB em Minas, afirma que Aécio “tem participado dentro da estratégia traçada para que o protagonista seja sempre o candidato”. O deputado afirma, sem entrar em detalhes, que o senador discute, inclusive, propostas apresentadas pela campanha.
Já o deputado Pestana admite que perder em Belo Horizonte seria uma derrota para o partido, mas nega que o Aécio ficaria enfraquecido. “Seria uma grande derrota, mas essa é uma eleição com muitas peculiaridades. O pleito municipal não reflete o que é a eleição nacional, não há conexão lógica nenhuma nisso. O Aécio (Neves), o (José) Serra e o Geraldo (Alckmin) vão, num momento oportuno, dizer quem está mais apto para a disputa em 2018”, afirma."*** Reproduzido da Veja
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