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Quem Moro pensa que é para não dar satisfações na Câmara? Napoleão? Por Paulo Nogueira


Quem Moro pensa que é para não dar satisfações na Câmara?
Napoleão?
Foi patética sua atitude depois das observações do deputado Paulo Pimenta na Câmara ontem.
Moro foi fazer, pelo visto, um monólogo sobre um suposto pacote anticorrupção. Disse, depois, diante de questionamentos, que não iria falar de “casos concretos”. (Aqui, o vídeo.)
Um momento. Ele queria falar de abstrações?
Moro parece não se dar conta de que existe uma enorme parcela de brasileiros que, longe de considerá-lo heroi, têm enormes reservas sobre ele.
A maior ressalva é seu comportamento de juiz. Moro nem nas aparências age como um juiz imparcial. Ele tem, registrada em fotos até, uma ligação visceral com a Globo e com políticos do PSDB.
As imagens serão o registro eterno da parcialidade de Moro e de sua Lava Jato, para vergonha da Justiça como deveria ser.
E ele se acha no direito de nada comentar na Câmara?
A agenda não permitia, alegou. Ora, ora, ora. Apenas como especulação, suponhamos que quem dirigisse uma pergunta a ele fosse João Roberto Marinho.
Moro atropelaria qualquer compromisso para atender JRM. Vôo marcado? Ora, os aviões partem a todo momento.
Moro é um personagem que veio para dividir ainda mais um país já suficientemente separado em dois. Fosse um grande juiz, fosse um estadista da toga, traria união e esperança.
Quanto ao pacote anticorrupção, ele deve ser recebido com gargalhadas de escárnio.
Há uma classe de brasileiros absolutamente preservada de qualquer consequência derivada de atos de corrupção.
Aécio é um caso exemplar.
A plutocracia brasileira construiu um sistema em que a lei vale para os outros, os que não estão alinhados com ela.
Moro é símbolo desse sistema.
Enquanto essa aberração persistir, pacote anticorrupção nenhum fará sentido.

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