O estupro é um crime hediondo. E quando 56 mulheres, muito mais, agredidas barbaramente. Espedaçadas, um corte profundo de corpo e alma em um festival de terror. Um monstro só. Que deixa marcas pelo resto da vida. Destrói a vida, as vidas, os casais.
Mais de uma década de violência contra a mulher. Um branco de dente branco cintilante por completo, de mente suja e covardia. Mas... De conta bancária obesa para pegar o beco escuro no pinote. No crachá, a assinatura do ministro do Supremo Gilmar Mendes: habeas corpus. Uma indecência jurídica para o estuprador passear no Líbano. Não foi um pobre trabalhador de um bairro empoeirado, ou enlameado e cheio de pulgas que estuprou todas essas mulheres. Não foi José, não foi o João.., ninguém do crack e das ruas da amargura, que Raquel Sheherazade prega o tirado da pele em vida, do corpo todo, depois a vida. Não foi um adolescente. O estuprador foi Roger Abdelmassih.
Em 1968 recebeu o diploma de médico na respeitada Universidade Estadual de Campinas. Oficialmente, em quatro paredes, porta lacrada, para fluir os instintos animalescos que as Academias do Saber no mundo inteiro não conseguem se antecipar. Sinalizam durante os oito anos de curso, pelo comportamento de deuses assépticos, conservadores, preconceituosos, nutrem uma repulsa aos pacientes pobres, ao contrário no atendimento aos da classe.
O que explica o ódio mortal que têm aos médicos cubanos na prevenção e na cura rente com o suor do povo. Existem milhares de médicos no Brasil que dignificam a profissão, não obstante as condições desfavoráveis. Roger não foi para o tronco, nem Aécio, Bolsonaro, Malafaia, Aloyso Nunes, Cunha , Renan, nem muito menos a Gangue do Metrô, e tantos milhares de outros criminosos( com ou sem mandatos) que desfilam e destilam crimes repulsivos contra todos e contra tudo. Todos os dias. Eles têm consciência de classe, da defesa deles. Até muito mais nos crimes que acobertam. Ao contrário de nós.
Vez por outra um deles estupra a filha do outro, casamento suntuoso, fica tudo na Casa Grande. As empresas se fundem. Cleidenilson, o assaltante, não teve a mesma sorte de Roger, o último espancado até a morte em São Luís/MA. Levou de prêmio para outra vida 278 pancadas no corpo, o número da pena de Roger. Insignificante para o ministro Gilmar Mendes, as mulheres terem suas vidas roubadas, a dor do corpo, o risco feito em cada uma delas, quando o soltou. Ofereceu a Lei de braços abertos ao médico-monstro. Os relatos assustam e nos revoltam.
A especialidade da ciência médica, oferecida gratuitamente em uma Universidade Pública, para romper um juramento, o de cuidar da vida, fazer nascerem os sonhos de o casal ter um bebê. Em qualquer estado do Brasil existem psicopatas, estupradores, traficante de órgãos, bandidos de alta periculosidade usando o estetoscópio e o bisturi. Alguns tantos estupram mulheres. Outros vivem para estuprar a Constituição Brasileira. É o lado abjeto e putrefato da justiça. O prêmio para os crimes deles: aposentadoria. Os relatos nos levam a tragédia: “Ele me agarrou e beijou à força. Eu estava lúcida. Eu estou me sentindo emocionada pelas meninas, mas é alívio. É difícil encarar um homem que fez o que fez com essas pacientes." “Eu tive uma crise de cólica renal, e meus pais me levaram para Campinas, no INPS da época. Eu fui atendida por ele [Roger], que me encaminhou para o hospital e fez a internação. Já no consultório, ele foi me ajudar a deitar, e eu senti que ele estava excitadíssimo. Fiquei assustada, mas achei que fosse algum aparelho de médico. Fui internada e só ele entrava no quarto.
Ele não deixa ninguém mais ser internada junto comigo. Só deixou uma mulher cega e disse que ele era esperto. Ele erguia minha roupa, me manipulava. Eu estava de sonda, com soro nos dois braços. Ele sugava..." Roger aos 28 anos, como médico-residente, atuava livremente em instituições públicas, e ninguém, absolutamente ninguém o impediu. Existe um tanto de conivência e silêncio nos hospitais por aí. Condenado em 2010 a 278 anos de prisão, pelos 48 estupros, devem ter sido milhares, vez que sedava as vítimas. Eis que surgiu das trevas o especialista do direito, com um currículo invejável no desenho do habeas corpus. Gilmar voa com os tucanos faz décadas, é do lado escuro das catacumbas golpistas. Foi Advogado-Geral da União no Governo Fernando Henrique Cardoso no período de 1995-2003. Depois um voo à presidência do Supremo.
O vínculo a FHC vem de longe, tem uma anilha na perna. O ministro Gilmar Mendes, é fato, tem uma tendência a soltar a escória brasileira. Banqueiro criminoso não esquenta a cadeira. O assassino Reginaldo Pereira Galvão, matador sanguinário da missionária Dorothy Stang. O ministro Gilmar Mendes é o mesmo que chocou por vários meses a fonte da corrupção no Brasil, Financiamento de Campanha, na Lei 9.504/1997 (legislação eleitoral brasileira). Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4.650, proposição da OAB, na análise da legalidade ou não do item da lei que versa sobre as doações privadas das empresas aos partidos, ao fundo partidário. Decidido como ilegal pelo Supremo na quase totalidade. Pediu vista, protelou e chocou. Esperou que o golpista deputado Cunha agisse na Câmara da Imoralidade para legalizar a corrupção. Atua no Supremo para fortalecer a maior corja de golpistas da história do Brasil contra o PT. E não pode mais tripudiar das instituições da forma acintosa e debochada naquela Corte do Silêncio, contra a subversão dos princípios constitucionais.
A história não os perdoará, o magistrado que vende sentença, que politiza a função para prejudicar covardemente, seja que partido for, que esconde Laudos, Provas, Auditorias que inocentariam réus de APs, que se associa direta ou indiretamente a criminosos, que se omite diante de corruptos blindados, que conspira contra a legalidade do processo de escolha democrática dos governantes, que faz escuta clandestina e seletiva para direcionar investigações no conluio com a mídia venal... É inexorável, mais cedo ou mais tarde, o ódio regado e criado contra os outros volta em dobro. O nó no tronco será de porco. Na placa, afixada os nomes não serão de José, de João... Mas, dos indecentes que ousaram trair o Brasil, o povo brasileiro.
OBS:
Esse artigo é dedicado a Vanuzia Lopes, e a todas as mulheres que têm a coragem de denunciar os assediadores, a violência doméstica, os estupradores. Enfim, todos os abusos contra as mulheres.
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