no Justificando, via Cafezinho
Ontem (10), o Senado aprovou, por 59 a 21 votos, o julgamento de Dilma na Casa. A sessão plenária foi inteiramente presidida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, cuja função foi apenas de coordenação e a observância de que os preceitos constitucionais fossem respeitados. Para isso, o ministro pediu que os senadores agissem com "coragem e independência" em seu papel de julgadores.
Nessa esteira, a senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) aproveitou a participação de Lewandowski para mostrar que a "fraude, ou o golpe, incrivelmente tem a cobertura da Suprema Corte de nosso país. Se não fosse isso, não estaríamos hoje aqui, nesse julgamento, porque se fosse inconstitucional o nosso trabalho o Supremo já teria suspenso esse processo. Não venham me falar em golpe ou em fraude", disse.
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Em seguida, disse que tem "muita alegria de ser golpista ao lado de ministros como Carmen Lucia, como Antonio Dias Toffoli, e todos aqueles que declararam que o impeachment é constitucional". A reação do min. Lewandowski foi essa:
Desde que o processo de impeachment foi recebido pela Câmara, muitos acadêmicos e advogados têm se pronunciado sobre essa participação do Supremo Tribunal Federal de legitimação do processo em andamento. O colunista do Justificando Frederico de Almeida foi um deles. Em sua avaliação, o STF começou a participar como um agente das ilegalidades cometidas no processo, sendo parte decisiva do processo.
O tribunal fez uma opção clara por agir ou deixar de agir convenientemente de maneira a impedir a reação do governo por meios próprios do jogo político, contribuindo de maneira definitiva para a destituição de Dilma por meios extraordinários e atendendo a intuitos assumidamente golpistas. O STF não vai barrar o golpe porque ele é parte do golpe.
Jogos de Poder analisou o papel do Supremo no impeachment
Apresentado pelo diretor executivo do Justificando, André Zanardo, o programa Jogos de Poder explicou a participação do Supremo no processo de impeachment. Uma delas seria a presença do Presidente do Supremo na sessão do Senado, para que um "verniz" de legalidade seja conferido à sessão, como ficou claro na fala da senadora Ana Amélia
"Lembre-se o Presidente do STF estará lá, oficialmente passando o pano para todos os procedimentos que ocorrerão. Daí vem o papel simbólico do Presidente do STF no impeachment: falar Amém."
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