Do Globo:
O suspeito preso pela Polícia Federal (PF) no Rio Grande do Sul, sob a acusação de premeditação de ato terrorista na Olimpíada e alinhamento com o grupo Estado Islâmico, é um criador e vendedor de galinhas de raça no município de Morro Redondo, no Sul do estado. A PF cumpriu o mandado de prisão às 5h desta quinta-feira, quando ainda estava escuro. O pai dele disse que os policiais perguntaram ao filho sobre troca de mensagens com outros suspeitos. Ele confirmou ter mantido conversas com desconhecidos pelo Telegram, programa semelhante ao WhatsApp, mas negou a intenção de praticar atentados.
Segundo a investigação, ele e outros suspeitos de diversas partes do país aderiram ao Estado Islâmico. Em conversas pelo chat, elogiaram os recentes atentados em Nice e Orlando e falavam sobre praticar atos terroristas no Rio. Chegaram a discutir a compra de armas.
— Ele não é um bandido. Simplesmente falou com a pessoa errada na hora errada. Passaram esse “zap zap” aí. Ele, inocentemente, respondeu, achando que estava fazendo uma grande coisa. É um idiota, foi aceitar conversar com um cara que nem conhece. Ele nunca nos falou nada. Disse que estava conversando com amigos. O delegado perguntou qual era o plano. Ele disse que não tinha plano nenhum, que não faria atentado. Disse que foi respondendo às mensagens sem saber o que estava acontecendo — relatou o pai.
Há 20 dias, o suspeito preso mora numa propriedade rural de três hectares com o pai, a mãe, o avô e o irmão mais novo. Para chegar ao local, é preciso percorrer quilômetros de estrada de chão batido. É um lugar interiorano. Depois do anoitecer, raramente se encontra alguém na rua. O cheiro mais presente é o de lenha queimada nos fogões das poucas casas. Antes, o detido residia, desde a infância, em Pelotas.
O pai disse que o filho usava bastante o celular. Era uma das formas de contato para receber encomendas de galinhas. Clientes iam até a propriedade da família para buscar os animais criados pelo suspeito de envolvimento com o terrorismo.
— O pessoal sempre ligava para comprar as galinhas dele. Ele estava sempre mexendo naquilo (celular) — contou.
(Reuters) - A Polícia Federal informou nesta sexta-feira que os 10 presos na operação Hashtag, suspeitos de preparar atos terroristas e de envolvimento na promoção do Estado Islâmico, estão no presídio federal de Campo Grande (MS).
A operação foi deflagrada na quinta-feira, a 15 dias da abertura da Olimpíada do Rio de Janeiro. Segundo autoridades, os suspeitos foram monitorados a partir das quebras de sigilo de dados e telefônicos.
De acordo com o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, os suspeitos foram presos depois que passaram de uma fase inicial de declarações via internet a realizar atos preparatórios para possíveis atentados, como treinamentos de artes marciais, armamentos, tiro e até a busca por compra de arma.
Como parte da operação, foram cumpridos na quinta-feira 10 mandados de prisão temporária pela Justiça Federal do Paraná, dois mandados de condução coercitiva e 19 de buscas e apreensão nos Estados do Amazonas, Ceará, Paraíba, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Rio Grande do Sul.
Segundo o ministro, a atividade do grupo se acelerou nos últimos meses, depois que participantes juraram lealdade ao Estado Islâmico e que um deles fez contato com uma loja de venda ilegal de armas no Paraguai, em busca de um fuzil AK–47.
O ministro informou ainda que o grupo não tinha contato pessoal, mas se comunicava via aplicativos de mensagens. Nenhum deles, também, teria tido contato direto com o Estado Islâmico, mas teriam feito a conversão e o juramento de lealdade via Internet.
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