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Quem salvar Cunha será carimbado como cúmplice


Cunha é um cadáver político em processo de decomposição, mas não está morto.

A sua renúncia obedeceu a um timing muito suspeito.

No domingo, 26 de junho ele se encontrou com o presidente interino Michel Temer.

Na quarta-feira, 6 de julho o relator de seu recurso na CCJ acatou, a seu pedido, anular a sessão do conselho de ética que decidiu por sua cassação com o argumento de que a votação por chamada provocou um "efeito manada".

"Êh...ôôô... vida de gado... povo marcado, povo feliz"...

No dia seguinte, ele renunciou.

Deu a nítida impressão de um toma-lá-dá-cá.

Temer ajudou a adiar, mais uma vez, o dia de sua degola; Cunha ajudou Temer a remover o caos em que a Câmara mergulhou a partir do dia em que ele foi afastado da presidência, mas não se afastou.

Também paira a suspeita de que a renúncia embute a sua exigência de fazer seu sucessor.

Se não fosse assim, o líder do governo, André Moura deveria ter caído junto com ele.

Mas não caiu e comanda a batalha sucessória.

Salvar Cunha da cassação foi o preço que Temer pagou para tirar o bode da sala.

O roteiro parece ser o mesmo da renúncia de Renan à presidência do Senado, quando, em 2007, esteve à beira da cassação: eu renuncio e vocês não me cassam.

Deu certo na ocasião.

Mas Cunha está muito mais enrolado que Renan.

O problema dele eram apenas pagamentos de uma empreiteira à sua ex-namorada.

Os problemas de Cunha são múltiplos.

Está afastado também do mandato, Renan não estava.

Quem salvou Renan não se expôs.

Agora é diferente.

Quem salvar Cunha será carimbado como seu cúmplice.

Como quem se vê ameaçado com a perda de seu foro privilegiado.

Mas tem gente que prefere correr esse risco para evitar um mal maior.

Cunha renunciou, mas continua no controle.

É um morto-vivo capaz de arrastar para o cemitério quem teve boa vida com ele.

O enredo tem muito de "Vida de gado" e muito de "Thriller".


Fonte: brasil247

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