Médico e enfermeiras que debocharam de paciente por falar errado são afastados

Do Conexão Jornalismo

O deboche custou caro ao médico Guilherme Capel Pasqua que debochou de um paciente por pronunciar errado as palavras pneumonia e Raio-X postando comentário depreciativo na Internet. Além dele, a postagem foi comentada pela recepcionista Adrielli Conti e pela enfermeira Renata Rodrigues, que também demitidas nesta quinta-feira pela direção do Hospital Santa Rosa de Lima, em Serra Negra, em São Paulo. O caso repercutiu negativamente nas redes sociais por revelar um profissional de saúde que mostra indiferença para com o quadro social do paciente. O mecânico, alvo da chacota, é um homem que só teve o segundo ano do ensino fundamental. 

Em nota, a direção do hospital revela que a decisão ocorreu porque a unidade prima pela simplicidade e respeito aos pacientes - o que não ocorreu neste episódio. Eis a nota na íntegra:

"Na coluna do Lauro Correa, "Comentando", foi feita uma denuncia de que alguns funcionários e médico do hospital estariam zombando da simplicidade de alguns pacientes, e foi divulgada uma conversa pelo facebook em que 3 funcionários estariam rindo de alguns comentários. Estamos trabalhando com a intenção de que o Hospital Santa Rosa de Lima seja o melhor, com toda simplicidade e dificuldade, mas possa tratar toda a população com respeito e bom atendimento. Infelizmente, não foi o que ocorreu e ocorrerá o desligamento desses funcionários. Queremos o comprometimento do funcionário e o respeito com o cidadão. Nós da diretoria do Hospital desaprovamos tais atitudes e agradecemos as informações para que possamos corrigir tais erros".

Leia aqui a reportagem que deu início ao caso

NdaR - A atitude do hospital, ao agir rápido em defesa do paciente ofendido, foi exemplar. O respeito ao cidadão deve estar acima de interesses corporativos. Estes, em geral, acobertam e estimulam comportamentos como este. Jovem, Guilherme terá tempo suficiente na sua vida para repensar o papel do médico e da Medicina no contexto social. Se o paciente é pessoa simples e incapaz de pronunciar o nome da sua enfermidade, é contra a doença que o médico deve focar e buscar eliminar: ela e suas causas como a miséria, a falta de conhecimento sanitário, uma vida insalubre. E o remédio jamais será o deboche. Seu papel não é atacar a honra do enfermo.