247 - Na nova campanha de crowdfunding do Diário do Centro do Mundo (DCM), o jornalista Marcelo Auler resgata que o presidente interino Michel Temer deixou sem resposta três convites da Polícia Federal para esclarecer acusações de receber propinas de empresas que atuavam no Porto de Santos, em 2009, quando exercia o cargo de presidente da Câmara Federal.
Auler relata que o inquérito da PF no qual surgiu o nome de Temer tratava de possíveis fraudes à lei de licitações e também lavagem de dinheiro, envolvendo a Companhia Docas do Estado de São Paulo (CODESP).
O presidente interino surgiu a partir de uma ação movida por Érika Santos contra o ex-companheiro Marcelo de Azeredo, que ocupou diversos cargos públicos desde 1987, culminando com a presidência da CODESP (1995/1998), sempre indicado por Michel Temer, prócer do PMDB, como admitiu Érika. Para este último cargo, a indicação política foi no então governo tucano de Mario Covas (janeiro de 1995 a março de 2001).
"Na ação, Michel Temer foi citado como beneficiário de propinas arrecadadas por Azeredo, após indicá-lo para a CODESP. Temer nega, hoje, esta indicação. Mas, ela foi confessada pelo próprio interino ao participar, já no cargo, da primeira reunião de diretoria. Por causa desta indicação é que, segundo Érika, o então deputado ficava com 50% da 'caixinha' que as empresas pagavam o que teria lhe rendido R$ 2.726.750,00", diz o texto. O caso chegou a ser noticiado pela revista Veja em março de 2001.
Segundo a reportagem de Marcelo Auler as investigações sobre a propina destinada a Temer se encerraram "sem que ele, na verdade, fosse investigado. Nem mesmo chegou a ser ouvido. Não conseguiu apagar a pecha de ter se beneficiado da caixinha no Porto de Santos. Algo que lhe acompanhará eternamente, tanto quanto o papel de conspirador", afirma Auler.
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