Janio de Freitas tem toda a razão em dizer, em seu artigo de hoje na Folha, que se Rodrigo Janot tem apenas as gravações que Sérgio Machado captou de Renan Calheiros, Romero Jucá e José Sarney não haveria motivos ali para um “sensato pedido de prisão.
A menos que o Procurador Geral da República tenha entrado em um clima transtornado que não parece ser o seu estilo, a conclusão quase obrigatória é que que há mais, muito mais.
E com potencial chocante o suficiente para não deixar muito espaço para uma negativa liminar que o desmoralizaria.
O provável é que haja ali o que faça muito constrangedor recusar seu pedido.
Não se sabe quanto tempo Teori Zavascki vai reter sua decisão.
É impensável que seja muito.
Se oferecer, como no caso de Eduardo Cunha, defesa prévia, será inevitável dar a conhecer o conteúdo das acusações, desta vez indo além da simples ladroeira.
E, ainda no campo da especulação, o anunciado “acordão” para impedir a prisão de Renan e Jucá, no caso e Teori vir a determiná-la, lançará o país num confronto institucional sem precedentes, ultrapassando em muito o “recorde de quebra da institucionalidade” atingido com o afastamento o Presidente da Câmara.
Qualquer decisão que Zavascki vier a tomar vai implicar em desmoralização difícil de enfrentar: para Renan, para Janot ou para ele próprio, Teori.
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