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Morre João Carlos, vítima do frio e de "outras friezas"


Na madrugada do dia 10 de junho, quando alguns termômetros pela cidade marcavam menos de 10 graus, o intenso frio e a ausência de abrigos emergenciais na região do Belém, Zona Leste de São Paulo, matou João Carlos Rodrigues, 55 anos, que estava em situação de rua e dormia nos arredores da estação do Metrô.

     De acordo com a pe. Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo da Rua de São Paulo, que noticiou na página do facebook, o corpo está no Instituto Médico Legal (IML) e o Boletim de Ocorrência foi aberto no 81º DP.

     João Carlos era convivente da Comunidade São Martinho de Lima, no bairro Belém, fechada pela prefeitura neste ano e que não abriu outro serviço na região.  A resistência de algumas pessoas que frequentavam este serviço ou viviam nas ruas aos arredores, ocupou o mesmo espaço e criou a República Autônoma do Povo da Rua. Segundo o Coletivo Autônomo dos Trabalhadores Sociais – Catso, que apoia a iniciativa, cerca de 100 pessoas em situação de rua conseguem ter abrigo e pernoitar nestas noites de frio. O Coletivo afirma,  em nota no facebook, que se não fosse essa ocupação, muitos estariam em risco de vida por causa do frio.

    João é a primeira vítima noticiada, deste quando começou o intenso frio, já no outono. No dia 16 de maio, a Prefeitura de São Paulo, divulgou o Plano de Contingência para Baixas Temperaturas, que será operada apenas quando os termômetros registrarem 13° ou menos. 

É válido ressaltar que as temperaturas nas regiões da cidade variam bastante. Nesta ação, de acordo com matéria publicada no dia 16 de maio, no site da Prefeitura de São Paulo, “as pessoas em situação de rua interessadas no acolhimento devem procurar uma das unidades da rede”. 

     Temos recebido no Jornal O Trecheiro denúncias e acompanhado notícias de que o rapa (GCM e Limpeza Urbana) tem realizado uma operação constante de inibição e retirada dos pertences das pessoas que estão em calçadas, praças públicas e debaixo de viadutos.

Nesta época, é comum que as pessoas tenham barracas e muitos cobertores para se protegerem da friagem. O aparato policial do município, mesmo assim, está retirando esses pertences das pessoas que ficam sujeitas ao risco de morrer de hipotermia (sensação de tremor devido a contração dos vasos sanguíneos que diminui a perda do calor pelo corpo. Quando o organismo não possui energias suficientes para controlar pode levar a morte).

    Diante disso, vale o questionamento de que, as pessoas em situação de rua, que não tiverem o interesse pelo acolhimento serão forçadas a ter e/ou colocas em risco de vida, sem cobertores, papelões e barracas para se proteger como vem acorrendo com as ações do rapa?

Fotos: divulgada na panpage do pe. Júlio Lancellotti





Fonte: rederua

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