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JANOT PÕE DEPOIMENTO DE EX-DIRETOR DE FURNAS EM INQUÉRITO CONTRA AÉCIO


Minas 247 - Em depoimento à Polícia Federal no ano de 2006, o ex-diretor de Planejamento, Engenharia e Construção de Furnas Dimas Toledo afirmou que o senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG), “costumava” procurá-lo na estatal para “assuntos envolvendo municípios onde (Aécio) tinha base eleitoral”. O depoimento de Toledo foi anexado ao pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminhado na semana passada ao Supremo Tribunal Federal (STF), no qual ele considera ‘imperioso’ retomar as investigações contra o tucano por suspeita de recebimento de propinas na estatal elétrica.
Toledo também foi apontado por delatores da Operação Lava Jato como indicado de Aécio para operacionalizar um suposto esquema de corrupção na estatal. O ex-dirigente, que ocupou cargo de direção em Furnas entre 1995 e 2005, também admitiu naquele ano que sua filha filha trabalhava para a Bauruense, empresa prestadora de serviços para Furnas e que está na mira da PGR. Pelo menos dois delatores da Lava Jato afirmaram que houve pagamento de propinas nos contratos de terceirização de mão de obra da estatal com a Bauruense.
O caso está sob a relatoria do ministro do STF Gilmar Mendes, que inicialmente havia acatado um recurso da defesa de Aécio e determinado a suspensão do inquérito para que Janot avaliasse os argumentos do tucano. O procurador, no entanto, manifestou-se novamente pela necessidade da continuidade da investigação, o que foi acatado por Mendes.
Outro lado
Tanto o senador Aécio Neves como Dimas Toledo negaram irregularidades, conforme o blog do Fausto Macedo (veja aqui). Em nota divulgado pela assessoria de imprensa, Aécio afirmou que "as declarações do ex-diretor de Furnas Dimas Toledo mostram a absoluta correção da atuação do senador Aécio Neves nos contatos feitos com a empresa".
"O diretor em depoimento dado há mais de dez anos afirma o que já era público, que conhecia o então deputado Aécio Neves, e que esse 'costumava procurar o declarante para assuntos envolvendo os municípios onde tinha base eleitoral'. Portanto, não configura qualquer incorreção, novidade ou fato atípico. Trata-se de prática comum que parlamentares busquem apoio da empresa para municípios do estado que representam", afirmou.
De acordo com a nota, "certamente, esse é o mesmo comportamento de dezenas de políticos de Minas Gerais, uma vez que Furnas atua diretamente no apoio a inúmeros municípios do Estado, desde projetos que tratam de danos ambientais ou de compensação através do financiamento de melhorias até o suporte a entidades filantrópicas".
"A declaração não traz nada de novo e esse fato, de amplo, público e antigo conhecimento, apenas demonstra que o parlamentar cumpria uma atividade de rotina de defesa dos interesses do Estado. Qualquer outra ilação ou tentativa de vincular o hoje senador Aécio Neves a qualquer prática incorreta é rechaçada veementemente pelo senador e não encontra respaldo no depoimento do referido diretor", disse. 
A defesa de Dimas Toledo afirmou que ele "não tem qualquer relação com a empresa Bauruense, selecionada para prestar serviços a FURNAS em diversas áreas, sempre mediante regular procedimento licitatório, mas notadamente para a administração de mão-de-obra terceirizada". "Nesse contexto, é importante atentar que os valores brutos repassados à Bauruense por FURNAS nos contratos de mão-de-obra representavam, em quase sua totalidade, remuneração e encargos para pagamento dos funcionários terceirizados vinculados às diferentes diretorias e áreas da empresa", disse.
Segundo o texto, no depoimento que prestou à PF Toledo "apenas reconheceu antigo relacionamento entre gerações anteriores de sua família com a família Neves. Dimas não tem qualquer proximidade com Aécio Neves, com quem esteve poucas vezes em encontros de natureza institucional quando ainda diretor em FURNAS, sempre em companhia de outras autoridades".
"Por fim, Dimas Toledo nega ter participado ou mesmo ter conhecimento de qualquer suposto 'esquema de propinas' em FURNAS, envolvendo empreiteiras ou empresas de qualquer outro seguimento de atividade. Muito pelo contrário, os rígidos controles internos e externos os quais FURNAS é submetida – que em nada se assemelham àqueles adotados na PETROBRÁS – previnem contra a possibilidade de superfaturamento de serviços, fraudes na contratação e desvio de recursos públicos ou do caixa da empresa".

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