Ninguém deu manchete.
A mídia não comemorou.
Porque para isso é preciso fazer malabarismos como o que fez o blog de Fernando Rodrigues.
O primeiro parágrafo de seu texto:
Pesquisa CNT/MDA mostra que a administração do presidente interino, Michel Temer, tem uma baixa aprovação quase idêntica à de Dilma Rousseff. O governo do peemedebista é aprovado por apenas 11,3% dos brasileiros. O da petista tinha uma taxa de 11,4%.
Ora, só um marciano, assim mesmo bem recentemente chegado à Terra, não concordaria que a taxa de aprovação de Dilma, em fevereiro, era péssima.
A de Temer, apontado como salvação nacional (por ele próprio, aliás) ser igual depois de 15 dias de reinado, tem outra significação: a de mostrar que, se Dilma terminava mal o seu período, o peemedebista já começa mal o seu.
Por isso, a ressalva do “Desconhecido”, no título: porque é óbvio que o seu desempenho, para uma enorme parcela da população, não está sendo avaliado pelas medidas que tomou pelo simples fatos de que, das de alcance real, nenhuma tomou.
Quando é, a desaprovação, mesmo um quarto dos entrevistados se abstendo de responder, 40,4% o desaprovam. Ou seja, ampla maioria entre os que atenderam à questão.
Mas a razão maior está no que resume o Valor:
Na pesquisa espontânea, Lula tem 8,6% de intenção de voto; o senador Aécio Neves (PSDBMG) tem 5,7%; a ex-senadora Marina Silva figura com 3,8%; e a presidente afastada Dilma Rousseff possui 2,3%. O presidente interino Michel Temer aparece com 2,1%, empatado com o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ). Ciro Gomes obtém 1,2%. Os outros nomes citados não registram mais de 1% das intenções de voto. Os votos em branco ou nulos somariam 16,7% e os indecisos, 54,1%.
Na pesquisa estimulada em que o candidato do PSDB é o senador Aécio Neves, Lula teria o apoio de 22% dos eleitores, o tucano teria 15,9% e Marina Silva, 14,8%. Empatados tecnicamente, Ciro Gomes (6%), Bolsonaro (5,8%) e Temer (5,4%) estariam hoje disputando o quarto lugar. 21,2% votariam em branco ou nulo e 8,9% estão indecisos. No cenário com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), como candidato, Lula registra 22,3%, Marina, 16,6%, o tucano, 9,6%, Ciro Gomes, 6,3%, Michel Temer, 6,2% e Jair Bolsonaro, 6,2%. Votos em branco ou nulo somam 24% e os indecisos correspondem a 8,8%.
Não há cenário com o ministro das Relações Exteriores, José Serra (PSDB).
O fato de Lula aparecer em desvantagem num hipotético segundo turno, a esta altura, tem pouca importância. Uma campanha eleitoral, com acesso aos meios de comunicação e a oportunidade de falar, que a mídia não lhe dá, permite imaginar que parte a rejeição possa ser desmanchada. O fato objetivo é que ele tem uma base sólida sobre a qual reconstruir seu prestígio, goste ou não a direita.
Há outra razão, nada estatística, para a pesquisa estar sendo encarada com desconfiança.
É que a CNT, promotora da pesquisa, é presidida por Clésio Andrade, que ontem virou objeto e inquérito, ao lado de Aécio Neves e Eduardo Paes, pela acusação de maquiar “dados atingiriam em cheio as pessoas de Aécio Neves e Clésio Andrade, governador e vice-governador de Minas Gerais”, segundo a delação premiada de Delcídio do Amaral.
O maior efeito da publicação será o de “liberar”, balizado o terreno, o Datafolha nos próximos dias.
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