247 - O ministro das Relações Exteriores José Serra disse que irá rever a política de concessão de passaportes diplomáticos. Decisão vem na esteira da polêmica criada por ele mesmo ao conceder um passaporte diplomático com validade de três anos ao pastor Samuel Ferreira, da Assembleia de Deus, e à sua esposa, a também pastora Keila Ferreira. O líder evangélico é investigado pela Operação Lava Jato.
Por meio de nota, o Itamaraty alega que concede passaportes diplomáticos a dirigentes de denominações religiosas, com base no princípio de isonomia, uma vez que essa categoria de passaporte tem sido historicamente concedida a Cardeais da Igreja Católica". O texto destaca, ainda, que "o passaporte diplomático não implica nenhum tipo de privilégio ou imunidade no Brasil" e que, "no máximo", confere facilidade de um maior número de países que isentam o portador de visto de curta duração e, às vezes, facilidade na fila de imigração".
A nota ressalta que "o ministro José Serra determinou a reavaliação da política de concessão de passaportes diplomáticos e comunicará o resultado desse trabalho tão logo seja concluído".
O pastor Samuel Ferreira é presidente da Assembleia de Deus Madureira, localizada em São Paulo e está sendo investigado pela Operação Lava Jato. Ele já havia recebido um passaporte do gênero em 2013, antes que o seu nome surgisse nas investigações da Lava Jato.
A igreja de Ferreira, localizada em Campinas, interior de São Paulo, recebeu R$ 250 mil do lobista e delator da Lava Jato Julio Camargo, que afirmou em delação premiada que o pagamento era parte da propina de US$ 5 milhões recebida pelo então presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
A ação do governo interino de Michel Temer em favor de um investigado se soma a outras já concedidas em benefício de Cunha, como a nomeação e aliados do deputado réu para postos estratégicos dentro do Palácio do Planalto, na Esplanada dos Ministérios e na Câmara.
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