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Nos últimos 90 anos, só 5 presidentes eleitos pelo povo terminaram mandato

De esquerda a direita: Eurico Gaspar Dutra (1946 – 1951), Juscelino Kubitschek (1956 – 1961), Fernando Henrique Cardoso (1994 – 2002), Luiz Inácio Lula da Silva (2003 – 2010) e Dilma Vana Rousseff: 2010 – 2014)

Confira a lista de presidentes: Dutra, Juscelino, FHC, Lula e Dilma foram os únicos que completaram mandato nesse período, Dilma, entretanto, pode entrar no grupo que sofreu golpe de estado ou impeachment.

Análise – Rafael Bruza

Na véspera do afastamento provisório de Dilma Rousseff via Senado (a votação deve ocorrer nesta quinta-feira, 12 de maio), convém olhar a história para perceber que apenas 5 presidentes eleitos com voto popular terminaram seus mandatos nós últimos 90 anos.

Dos 25 presidentes que comandaram o Brasil nesse período, somente Eurico Gaspar Dutra, Juscelino Kubitschek, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Vana Rousseff conseguiram terminar mandato (lembrando que Dilma completou o ciclo de 2010 a 2014).

Mas dependendo de acontecimentos futuros, Dilma pode entrar no grupo de presidentes eleitos que não terminaram mandato por falecimento, Golpe de Estado, renúncia ou Impeachment. Washington Luís, Getúlio Vargas, Carlos Luz, João Goulart e Fernando Collor entram nesse grupo.

Também é preciso dizer que boa parte dos presidentes dos últimos 90 anos não chegou ao poder via voto popular.

Ranieri Mazzilli, Humberto de Alencar Castello Branco, Arthur da Costa e Silva, Emílio Médici, Ernesto Geisel, João Figueiredo, Tancredo Neves e José Sarney chegaram ao poder longe do povo, sem eleição direta.

Confira a lista completa de presidentes do Brasil nos últimos 90 anos:

Washington Luís: 1926 – 1930

Foi eleito presidente por voto direto, mas foi destituído pela Revolução de 30.

Júlio Prestes: 1930

Foi eleito por voto popular, mas não chegou a assumir, pois a Revolução de 30 destituiu Washington Luís e impediu sua posse.
Getúlio Vargas: 1930 – 1945

Foi chefe do Governo Provisório de 1930 a 1934, Presidente da República do Governo Constitucional de 1934 a 1937, eleito pela Assembleia Nacional Constituinte, e presidente/ditador de 1937 a 1945 durante o Estado Novo, implantado por Golpe de Estado. Em 1945, Getúlio foi deposto por um novo golpe militar e se exilou em São Borja, sua cidade natal.

José Linhares: 1945 – 1946

Como presidente do Supremo Tribunal Federal, assumiu a presidência, após convocação feita pelas Forças Armadas depois da destituição de Getúlio Vargas. Governou de 30 de outubro de 1945 a 31 de janeiro de 1946 (três meses de governo). Garantiu a realização de uma das eleições mais livres que o país já tinha realizado.

Eurico Gaspar Dutra: 1946 – 1951

Ocupou o cargo de ministro da Guerra até abandoná-lo para disputar a eleição de 1945, da qual saiu vitorioso com pouco mais de 3 milhões de votos (por vias de comparação, em outubro de 2016 estima-se que quase 142 milhões de brasileiros irão as urnas para escolher prefeitos e vereadores).

É um dos cinco chefes de estado do Brasil que terminaram mandato e entregaram o cargo ao sucessor.

Ilustração de Getúlio Vargas / Foto – Reprodução
Getúlio Vargas: 1951 – 1954

Após a destituição de 1945, Getúlio foi eleito com cerca quase 4 milhões de votos após vencer o candidato da UDN, Eduardo Gomes e do PSD, Cristiano Machado. O mandato de Getúlio duraria até 1956, mas ele se suicidou com um tiro no peito em 1954.

Café Filho: 1954 – 1955

Assumiu como vice-presidente de Getúlio Vargas (na época, o vice era eleito separado do presidente). Governou por pouco mais de um ano, até novembro de 1955, quando foi afastado por problemas de saúde. O presidente da Câmara dos Deputados, Carlos Luz, assumiu  governo, mas foi deposto depois de três dias.

Juscelino Kubitschek: 1956 – 1961

Após rápido Governo de Nereu de Oliveira Ramos, que era vice-presidente do Senado e assumiu o Governo com a destituição de Carlus Luz, Juscelino Kubitschek foi eleito por voto direito e foi um dos 5 presidentes eleitos a terminar seu mandato no tempo previsto.

O presidente João GOulart, destituído pelo Golpe de 64
Jânio Quadros: 1961

Foi eleito por voto direito e governou durante oito meses. Mas renunciou ao Governo esperando que o povo clamasse sua volta (algo que nunca aconteceu). Em seu lugar assumiu interinamente Paschoal Ranieri Mazzilli, na época presidente da Câmara dos Deputados, que governou até que o vice João Goulart voltasse de viagem a república Popular da China.

João Goulart: 1961 – 1963

Assumiu o cargo após renúncia de Jânio Quadros e tentou promover reformas estruturais no Estado brasileiro. Foi destituído pelo Golpe Militar de 1964, inserido no contexto da Guerra Fria, com reconhecido papel dos Estados Unidos, que tratavam de distanciar países latino-americanos da União Soviética através da criação de ditaduras.

Paschoal Ranieri Mazzilli: 1964

Retornou ao Governo após destituição de João Goulart, que se dirigiu ao exílio após o Golpe de 64, e assumiu interinamente na condição de presidente da Câmara até que Castello Branco fosse eleito indiretamente no Congresso.

Humberto de Alencar Castello Branco: 1964 – 1967

Após Governo do presidente da Câmara, o primeiro presidente do regime militar que durou de 1964 a 1985. Foi eleito indiretamente pelo Congresso Nacional.

Arthur da Costa e Silva: 1967 – 1969

Foi o segundo presidente do regime militar instaurado em 1964. Seu governo inaugurou o período mais repressivo da Ditadura Militar, com a promulgação do Ato institucional Número 5 (AI5), que lhe deu poderes para fechar o Congresso Nacional, cassar políticos automaticamente e institucionalizar a repressão através de práticas legais e ilegais, que incluíam a tortura de militantes de esquerda. Sofreu um derrame cerebral e faleceu alguns meses depois, em 1969.

Brasil, Brasília, DF, 14/10/1969. O presidente militar, o general Emílio Garrastazu Médici é fotografado em seu gabinete em Brasília. – Crédito: (ARQUIVO/ESTADÃO CONTEÚDO)
Emílio Médici: 1969 – 1974

Eleito indiretamente pelo Congresso Nacional, deu continuidade a repressão ditatorial instaurada no Governo de Costa e Silva, sendo peça central do período conhecido como “Anos de Chumbo” (que fez a UFRH revogar em 2015 seu título de Honoris Causa concedido em 1972). Terminado seu mandato em 74, abandonou a vida pública.

Ernesto Geisel: 1974 – 1979

Também foi eleito indiretamente pelo Congresso dentro do regime militar. Seu governo marcou o início da abertura política com a extinção do AI 5, por exemplo. Terminou seu mandato em 1979.

João Baptista Figueiredo: 1979 – 1985

Último presidente do regime militar, foi eleito indiretamente pelo Congresso Nacional e terminou mandato em 1985. Em seu Governo foi criada a anistia aos membros de órgãos de repressão e foi concedido perdão aos crimes praticados contra a Ditadura.

Tancredo Neves: 1985

Foi o primeiro presidente civil depois do Regime Militar. Foi eleito indiretamente no Congresso Nacional, mas faleceu um dia antes da posse.

José Sarney: 1985 – 1990

Após a morte de Tancredo, de quem Sarney era vice-presidente, assumiu formal oficialmente como o primeiro presidente civil após a Ditadura Militar.


Fernando Collor: 1990 – 1992

Foi vencedor das primeiras eleições diretas após a Ditadura Militar, mas renunciou em 1992 após avanço do processo de Impeachment. Apesar da renúncia, foi absolvido pelo Supremo Tribunal Federal.

Itamar Franco: 1992 – 1994

Assumiu a presidência por ser vice-presidente de Fernando Collor, destituído por Impeachment em 1992.

Fernando Henrique Cardoso: 1994 – 2002

Foi o primeiro presidente eleito por voto popular que terminou seus mandatos após o Regime Militar. Governou por dois mandatos.

Luiz Inácio Lula da Silva: 2003 – 2010

Também foi eleito por voto popular em duas ocasiões e terminou seu mandato nesses dois períodos.



Dilma Vana Rousseff: 2010 período atual

Eleita em 2010 e 2014, Dilma corre risco de sofrer Impeachment em 2016, mas por ter terminado seu primeiro mandato em 2014, entrou na lista de presidentes eleitos com voto popular que terminaram mandato.

Fonte: independente


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