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Após críticas, coordenação de caso de estupro no Rio muda de delegacia


29/05/2016 16h49 - Atualizado em 29/05/2016 18h13

Após críticas, coordenação de caso de estupro no Rio muda de delegacia

Chefe da Polícia Civil, Fernando Velloso transfere coordenação para DCAV.
Advogada de vítima pediu o afastamento de delegado, após depoimento.

Do G1 Rio
Estupro no Rio chocou opinião pública e mobilizou polícia (Foto: Agência Brasil)Coordenação das investigações passa para a DCAV (Foto: Agência Brasil)
Toda a coordenação da investigação do caso de estupro coletivo de uma adolescente na Zona Oeste do Rio passará para a ser conduzida pela Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV), afirmou entrevista à TV Globo, na tarde deste domingo (29), o chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso:
"Em razão desse elevado desgaste que o delegado [Alessandro Thiers, delegado titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI)] está tendo, a gente vai avaliar se houve falta de habilidade dele na questão do trato com a vítima, ou não. Até para tentar preservar o delegado e garantir a imparcialidade da investigação, para que a gente não tenha que enfrentar discussão sobre a investigação ser conduzida de forma imparcial".
As investigações ficarão sob responsabilidade de Cristiana Onorato, delegada titular da DCAV, que já acompanhava as investigações: "Os autos estão indo para a mão dela. Estarão com ela ainda hoje. Já conversamos e ela vai se inteirar de todas as provas já colhidas e materializadas; e amanhã, a delegada irá se manifestar quanto à necessidade, ou não, de alguma medida cautelar, seja ela de prisão ou não. Mas pode ser se manifestar hoje ainda".

Veloso confirma, ainda, que existe a possibilidade da prisão de alguns dos suspeitos ser pedida ainda neste domingo. "Alguma coisa ela [Cristiana] já tinha conhecimento. Se ela vislumbrar elementos suficientes para a representação de uma medida cautelar, seja de prisão ou até outra, nesse sentido ela o fará ainda hoje", explicou o chefe da Polícia Civil.

Segundo Veloso, a questão suscitada pela advogada da vítima, Eloísa Samy, de que a menor teria ficado acuada durante depoimento ao delegado Thiers, foi levada em consideração.
Adolescente de 16 anos deixa o hospital Souza Aguiar com a mãe após estupro coletivo no Rio (Foto: Gabriel de Paixa/Agência O Globo)Adolescente de 16 anos deixa o hospital Souza Aguiar com a mãe após estupro coletivo no Rio (Foto: Gabriel de Paixa/Agência O Globo)
"A gente entende que, ainda que o delegado [Alessandro Thiers] estivesse buscando o melhor caminho para esclarecer os fatos, a Dra. Cristiana tem essa habilidade [de tratar com menores vítimas], além de ter o mesmo conhecimento que o Dr. Alessandro. Ela é tão competente quanto ele, são dois excelentes delegados. Ela tem sensibilidade e um conhecimento melhor nessa questão do trato com a vítima. Afinal de contas, esse é o dia a dia dela", afirmou Veloso.
Nesta segunda-feira (30), de acordo com Veloso, a delegada Cristiana Onorato dará mais informações sobre o caso durante coletiva de imprensa. "Vamos fazer um balanço amanhã. A dra. Cristiana já vai se manifestar quanto a decisões tomadas", afirmou.
Adolescente se sente acuada, diz advogada
Neste sábado (28), a advogada da adolescente de 16 anos que denunciou ter sido estuprada por 33 homens, Eloisa Samy, disse que pediria a a substituição do delegado Alessandro Thiers, que estava à frente do caso.
Segundo Samy informou ao RJTV, durante o novo depoimento da jovem na noite de sexta (27), o delegado deixou a menor se sentindo acuada.
“Havia três homens no ambiente e o delegado, ainda por cima, fez a pergunta se ela tinha hábito de fazer sexo em grupo.”, afirmou a advogada.
O pedido da advogada para que Thiers fosse afastado chegou, neste domingo, ao plantão judiciário do Tribunal de Justiça do Rio, mas, a juíza Angélica Costa adiou decisão sobre o caso. Com isso o processo será remetido nesta segunda-feira (30) para uma vara criminal.
Operação na Zona Oeste
A Polícia Militar realizou na manhã deste domingo uma operação nas comunidades de São José Operário e Covanca, na Praça Seca, Zona Oeste do Rio, para, entre outros objetivos, buscar suspeitos de participação no caso da adolescente que denunciou ter sido vítima de um estupro coletivo envolvendo 33 homens. Setenta policiais participaram da ação.
Veloso comentou a operação: “Quanto à operação de hoje. Ela é uma de uma série. Há interesse que sejam ouvidas quaisquer pessoas que tenham alguma relação, algum tipo de ligação com o tráfico daquela localidade. Só aconteceu daquela forma que foi descrita, que está sendo investigada, porque o tráfico de drogas, de alguma maneira, permitiu isso”.

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