via participardapolitica
94,7%
dos deputados que votaram pró-golpe são acusados de crime
Número
contrasta com fato de que processo de impeachment foi aberto sem que a
presidenta Dilma Rousseff seja acusada de corrupção
Quase
todos (94,7%) os deputados federais que votaram pela abertura do processo de
impeachment contra a presidenta da República, Dilma Rousseff, na comissão
especial da Câmara dos Deputados são investigados por irregularidades. Ao todo,
foram 38 votos pela abertura de processo contra Dilma, sendo que pesam
acusações sobre 36 deles (Conheça quem votou pela democracia).
O
grande contraste nesse fato é que o processo contra a presidenta Dilma foi
aberto sem que haja uma acusação sequer de ato de corrupção praticado por ela.
A situação insólita foi inclusive noticiada nesta terça-feira (12) no jornal “The New York Times” (EUA). Assim, o processo contra Dilma foi aberto sem a
existência de crime de responsabilidade, conforme determina a Constituição do
Brasil, o que preocupa a Organização dos Estados Americanos (OEA).
Entre
os deputados com alguma irregularidade ou que são investigados por corrupção,
está o próprio relator do pedido de abertura de impeachment, Jovair Arantes
(PTB-GO), que é autor de um projeto de lei por mês em favor das empresas e
empreiteiras que apoiaram sua candidatura. A prática configura indício de crime
de lobby.
Outros
nomes conhecidos sobre os quais pairam dúvidas são os dos deputados Paulo Maluf
(PP-SP), que tem mais de dez suspeitas, entre elas, falsidade ideológica e
lavagem de dinheiro; Paulinho da Força (SD-SP), denunciado no Supremo Tribunal
Federal (STF) por formação de quadrilha e improbidade administrativa; o pastor
Marco Feliciano (PSC-SP), acusado de injúria, difamação, incitação ao ódio e
cujas contas eleitorais foram rejeitadas pelo Tribunal Regional Eleitoral de
São Paulo (TRE-SP); e Washington Reis (PMDB-RJ), que responde a 30 processos.
Conheça
um breve resumo das acusações que pesam sobre cada deputado que votou pela
abertura do impeachment na comissão especial:
PPS
Alex
Manente (PPS-SP). Deputado desde 2015, recebeu doações de empresas investigadas
na Lava Jato em 2014 (Braskem e OAS), é alvo de inquérito que apura a prática
de crimes eleitorais e responde a ação por improbidade administrativa e dano ao
erário.
PSDB
Bruno
Covas (PSDB-SP). Deputado desde 2015, recebeu doações de empresas investigadas
na Lava Jato em 2014 (Andrade Gutierrez e OAS).
Bruno
Araújo (PSDB-PE). Deputado desde 2007, recebeu doações de empresas investigadas
na Lava Jato em 2014 (Construtora Norberto Odebrecht e Queiroz Galvão).
Carlos
Sampaio (PSDB-SP). Deputado desde 2003, teve reprovada a prestação de contas
referente às eleições de 1998 e das eleições municipais de Campinas em 2008.
Jutahy
Júnior (PSDB-BA). Deputado desde 1999, recebeu doações de empresas investigadas
na Lava Jato em 2014 (Construtora Norberto Odebrecht, OAS, UTC e Braskem).
Nilson
Leitão (PSDB-MT). Deputado desde 2011, recebeu doações de empresas investigadas
na Lava Jato em 2014 (Galvão Engenharia e Andrade Gutierrez). Há 18 ocorrências
contra ele na Justiça e Tribunais de Contas. A mais recente (aberta em 2014 no
STF) é um inquérito que apura incitação ao crime e formação de quadrilha por
suspeita de incentivar a invasão de terras indígenas. Também responde a
inquérito no STF que apura crimes de responsabilidade por superfaturamento de obras
em uma BR para desviar recursos públicos quando era prefeito de Sinop (MT),
entre 2001 a 2006. Além disso, é alvo de quatro inquéritos no STF que apuram
crimes relacionados à Lei de Licitações. No Tribunal de Justiça do Mato Grosso,
existem quatro ações civis públicas movidas pelo Ministério Público. O Tribunal
Regional Eleitoral reprovou duas vezes as contas do PSDB quando o parlamentar
era presidente estadual.
Paulo
Abi-Ackel (PSDB-MG). Deputado desde 2007, recebeu doações de empresas
investigadas na Lava Jato em 2014 (Andrade Gutierrez e UTC).
Shéridan
(PSDB-RR). Deputada desde 2015, é alvo de uma ação civil de improbidade
administrativa na Justiça de Roraima por titulação irregular de terras públicas
em beneficio próprio quando era secretária. Também é alvo de inquérito no STF
por suspeita de crime eleitoral, suspeita de ter proposto pagar multas de
trânsito e incluir eleitores em programas sociais em troca de votos.
PMDB
Leonardo
Quintão (PMDB-MG). Deputado desde 2007, é alvo de uma ação civil por
improbidade administrativa movida pelo Ministério Público Estadual.
Lúcio
Vieira Lima (PMDB-BA). Deputado desde 2011, recebeu doações de empresas
investigadas na Lava Jato em 2014 (OAS e Braskem).
Mauro
Mariani (PMDB-SC). Deputado desde 2007, é réu em ação por improbidade
administrativa.
Osmar
Terra (PMDB-RS). Deputado desde 2003, recebeu doações de empresas investigadas
na Lava Jato em 2014 (Construtora Norberto Odebrecht). Além disso, o Tribunal de
Contas Estadual do Rio Grande do Sul apontou irregularidades nas gestões dele
na Secretaria Estadual da Saúde (2003) e na prefeitura municipal de Santa Rosa
(1995), e o condenou o pagamento de multas.
PSB
Danilo
Forte (PSB-CE). Deputado desde 2011, recebeu doações de empresas investigadas
na Lava Jato em 2014 (Queiroz Galvão, BTG Pactual e Camargo Correa). Na Justiça
e nos Tribunais de Contas, há seis ocorrências contra ele, sendo um inquérito
no STF que investiga violações de direito e processo eleitoral e uma ação civil
pública da Justiça Federal por suspeita de uso indevido de veículos contratados
pela Funasa.
Fernando
Bezerra Coelho Filho (PSB-PE). Deputado desde 2007, recebeu doações de empresas
investigadas na Lava Jato em 2014 (Construtora Norberto Odebrecht).
Tadeu
Alencar (PSB-PE). Deputado desde 2015, recebeu doações de empresas investigadas
na Lava Jato em 2014 (Construtora Norberto Odebrecht reais).
Foto: Alan Marques/Agência PT. |
PSC
Eduardo
Bolsonaro (PSC-SP). Deputado desde 2015, recebeu doações de empresas
investigadas na Lava Jato em 2014 (OAS).
Marco
Feliciano (PSC-SP). Deputado desde 2011, recebeu doações de empresas
investigadas na Lava Jato em 2014 (OAS). Teve desaprovada a prestação de contas
da eleição de 2014 para deputado federal. É alvo de inquérito que apura
irregularidades na contratação irregular em seu gabinete de cinco pastores da
igreja Catedral do Avivamento, fundada pelo parlamentar. É alvo de ação civil
pública com pedido de indenização por danos morais difusos. A ação por crimes
de difamação, injúria e incitação ao ódio à população LGBT foi ajuizada pela
ONG Ação Brotar pela Cidadania e Diversidade Sexual em virtude das
manifestações do parlamentar acerca da parada do Orgulho LGBT e de Viviany
Beleboni.
DEM
Elmar
Nascimento (DEM-BA). Deputado desde 2015, recebeu doações de empresas
investigadas na Lava Jato em 2014 (Construtora Norberto Odebrecht e UTC).
Mendonça
Filho (DEM-PE). Deputado desde 2001, recebeu doações de empresas investigadas
na Lava Jato em 2014 (Queiroz Galvão e Construtora Norberto Odebrecht).
Rodrigo
Maia (DEM-RJ). Deputado desde 1999, foi citado como beneficiário de esquema de
corrupção do então governador José Roberto Arruda (DF). recebeu doações de
empresas investigadas na Lava Jato em 2014 (UTC).
PROS
Eros
Biondini (PROS-MG). Deputado desde 1999, foi secretário do governo Antonio
Anastasia (PSDB-MG), acusado de envolvimento no escândalo de notas frias para
justificar gastos públicos.
PV
Evair
de Melo (PV-ES). Deputado desde 2015, é alvo de representação movida pelo
Ministério Público Eleitoral por conduta vedada a agente público. De acordo com
a denúncia, o parlamentar teria realizado campanha eleitoral em sala de aula do
Instituto Federal do Espírito Santo (IFES).
SD
Fernando
Francischini (SD-PR). Deputado desde 2011, é alvo de uma ação da Defensoria
Pública do Paraná e de uma ação civil de improbidade administrativa ajuizada
pelo Ministério Público.
Paulinho
da Força (SD-SP). Deputado desde 2007, recebeu doações de empresas investigadas
na Lava Jato em 2014 (Construtora Norberto Odebrecht, BTG Pactual, Andrade
Gutierrez, Queiroz Galvão e UTC). É réu em uma ação penal no STF por suspeita
de crime contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro e formação de
quadrilha. A denúncia do Ministério Público afirma que ele teria se beneficiado
de desvios em financiamentos no BNDES. Também é alvo em um inquérito no STF em
que é investigado por suspeita de venda de cartas sindicais.
PP
Jerônimo
Goergen (PP-RS). Deputado desde 2011, recebeu doações de empresas investigadas
na Lava Jato em 2014 (Andrade Gutierrez). É alvo de inquérito no STF aberto com
a Operação Lava Jato e réu em ação civil por improbidade administrativa movida
pela Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público referente a
indicação de assessor parlamentar que agia como funcionário fantasma, recebendo
os valores do cargo sem a realização das atividades devidas.
Júlio
Lopes (PP-RJ). Deputado desde 2011, é alvo de inquérito no STF que apura
apropriação indébita previdenciária. O processo está suspenso, pois o
parlamentar está efetuando o pagamento dos débitos.
Paulo
Maluf (PP-SP). Deputado desde 2007, recebeu doações de empresas investigadas na
Lava Jato em 2014 (Construtora OAS, Queiroz Galvão e Galvão Engenharia). É réu
em uma ação por lavagem de dinheiro no STF, réu em ação movida pela Justiça
Federal por crimes contra o sistema financeiro nacional e lavagem de dinheiro e
também é alvo em ação civil de improbidade administrativa no Tribunal de
Justiça de São Paulo (TJ-SP). Em 2005, foi preso sob acusação de intimidar uma
testemunha.
PRB
Jhonatan
de Jesus (PRB-RR). Deputado desde 2011, recebeu doações de empresas
investigadas na Lava Jato em 2014 (Queiroz Galvão).
Marcelo
Squassoni (PRB-SP). Deputado desde 2015, foi condenado por improbidade
administrativa por uso da máquina pública para favorecimento pessoal. A Justiça
determinou ressarcimento integral do dano correspondente e o pagamento de multa
civil. O parlamentar recorre da decisão. É alvo também de inquérito no STF
sobre crimes de peculato, corrupção ativa e passiva, no período em que chefiou
a gerência regional do Patrimônio da União em São Paulo. Também é alvo de ação
civil de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público Estadual.
PTB
Benito
Gama (PTB-BA). Deputado desde 2015, recebeu doações de empresas investigadas na
Lava Jato em 2014 (OAS, Braskem e UTC). É réu na Ação Penal 920 pela prática de
improbidade administrativa, lavagem de dinheiro, peculato, crimes eleitorais e
falsidade ideológica.
Jovair
Arantes (PTB-GO). Deputado desde 1995, teve rejeitada a prestação de contas
referente às eleições de 2006 e 2012. É alvo também de ação movida pelo
Ministério Público Federal referente a crimes de improbidade administrativa.
Luiz
Carlos Busato (PTB-RS). Deputado desde 2007, foi alvo de investigação na
Operação Kilowatt da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, em 2014, que
identificou desvios de mais de R$ 12 milhões de recursos públicos em pelo menos
oito projetos da Secretaria de Obras, da qual era titular.
PHS
Marcelo
Aro (PHS-MG). Deputado desde 2015, recebeu doações de empresas investigadas na
Lava Jato em 2014 (Construtora Norberto Odebrecht).
PSD
Marcos
Montes (PSD-MG). Deputado desde 2007, recebeu doações de empresas investigadas
na Lava Jato em 2014 (Construtora Norberto Odebrecht). Possui uma condenação na
Justiça estadual em uma ação civil de improbidade administrativa em um contrato
sem licitação em que ele foi condenado a ter os direitos políticos suspensos
por oito anos, ressarcimento ao erário e pagamento de multa. A segunda
instância manteve a condenação, mas retirou a multa. O deputado recorre ao STF.
Rogério
Rosso (PSD-DF). Deputado desde 2007, é indiciado por corrupção eleitoral.
PMB
Weliton
Prado (PMB-MG). Deputado desde 2011, recebeu doações de empresas investigadas
na Lava Jato em 2014 (Camargo Correa e Construtora Norberto Odebrecht).
0 Comentários
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do BVO - Blog Verdades Ocultas. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia os termos de uso do Blog Verdades Ocultas para saber o que é impróprio ou ilegal.