Eu
não estava entendendo nada desta “briga” do MP para ser o único a poder
negociar delações premiadas, exposta ontem nos jornais por Rodrigo Janot, com
fortes reações da PF.
Mas
que diabos, depois de uma temporada de meia centena de delações premiadas, ao
que parece sem conflito algum entre promotores e policiais, teria surgido um
desaguizado desta natureza, com os dois se pegando para valer?
Pode
ser que a resposta esteja na reportagem de Marcelo Auler informando que a “Força Tarefa da Lava Jato pode tornar-se alvo de delação premiada” de Meire
Bonfim da Silva Poza, a ex-contadora de Alberto Youssef que praticamente
trabalhou como “infiltrada” para a Polícia Federal, e que pensa em pedir
segurança ao governo, para ela e a filhae até
em ingressar em um programa de proteção a testemunhas.
Meire
deu “cobertura” com os documentos que forneceu para pelo menos uma “operação de
busca e apreensão” destinada a simular o encontro casual de papéis que já eram
do conhecimento da PF e derem cobertura de legalidade a ações da instituição e
do MP. Narra Auler:
Com
base nos diálogos travados entre a contadora e os operadores da Lava Jato,
CartaCapital relacionou ainda como alvos da polícia federal do Paraná, sem
autorização do STF, a então deputada Aline Corrêa, do PRB, e os senadores
Cícero Lucena, do PSDB, e Gim Argello, do PTB. Argello acabou preso, no último
dia 12 de abril, com um mandado de prisão expedido pelo ministro Teori
Zavascki.
Pelo
teor destas trocas de mensagens, não é difícil imaginar que Meire se sinta
ameaçada e possa realmente querer proteção para si e para a filha. Todo este
jogo é muito pesado. Ela já suspeita do incêndio que destruiu seu escritório.
Por isso, aliás, há policiais sugerindo que ela faça a denúncia diretamente à
Corregedoria, em Brasília, e grave tudo o que falar, para ter certeza que
colocarão no papel. O que não parece mais restar dúvidas é que, como estamos
afirmando há muito tempo, nos tribunais superiores a legalidade de, pelo menos,
parte da Operação Lava Jato será questionada.
Só
que, no dia 31 de março, o escritório de Meire Poza, no Itaim Bibi, em São
Paulo, foi incendiato. E seus advogados passaram a considerar que a
ex-contadora de Youssef pode estar em perigo pelo que tem a revelar.
Com
todos os cuidados que se deve ter numa história que não envolve “santos”, que é
baseada na “deduragem” e que é manipulada por evidentes cordéis políticos. é
coisa gravíssima.
Fonte:tijolaco
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