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ALEX
SOLNIK
Alex
Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé,
Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais
"Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A
guerra do apagão", "O domador de sonhos" e "Dragonfly"
(lançamento setembro 2016).
Na
geléia geral em que se transformou a política brasileira criou-se uma lenda
segundo a qual a Polícia Federal é um órgão autônomo que pode investigar o que
quiser, do jeito que quiser, sem dar satisfações a ninguém e colaborando,
inclusive, para derrubar um governo eleito do qual faz parte. Uma completa
subversão da ordem.
Em
qualquer wikipedia da vida é fácil encontrar a definição de que a Polícia
Federal é uma instituição subordinada ao Ministério da Justiça.
Nunca
entendi porque o agora ex-ministro da Justiça não se pautava por essa premissa.
E
deixou que o diretor da Polícia Federal, que agora deverá ser substituído,
invertesse as coisas, dando a entender que o ministério é que era subordinado a
ele.
Permitir
que uma instituição armada subordine o governo e não o oposto é um perigo
imenso para a democracia. O poder civil, numa democracia, é que deve comandar o
poder militar.
Tanto
o ministério da Justiça quanto a Polícia Federal têm o dever de defender o governo
dos seus inimigos, que não são poucos, e não atuar para enfraquecê-lo, como
vinha acontecendo.
Foi
o que vimos, para citar um exemplo próximo, durante o governo Lula, quando o
ex-ministro Márcio Thomaz Bastos atuou a favor do governo e impediu que caísse
depois da delação, não premiada, de Roberto Jefferson.
Vamos
ouvir muito, nesses dias, queixas de policiais federais e até de comentaristas
políticos, alegando que José Eduardo Cardozo estava certo ao deixar a Polícia
Federal livre, leve e solta, ignorando, sem querer ou de propósito que há uma
hierarquia a ser respeitada. Tanto no governo quanto na imprensa. Senão não
existiria diretor de redação, cada repórter poderia fazer o que quisesse.
Do
jeito que as coisas estavam indo a Polícia Federal estava sssumindo o papel de
polícia política, tal como no III Reich, com poder de tomar suas próprias
decisões sem dar satisfações ao ministro e ao governo do qual faz parte.
A
Polícia Federal não pode constituir um poder em si mesma, assim como o
Exército. Os poderes são apenas três. Ambas devem obedecer ao poder civil, é
assim que reza a constituição. A comandante-em-chefe do Exército é a presidente
da República, tal como acontece em todas as democracias do mundo.
Fonte:
brasil247
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