A juíza Luciana Bassi de Melo em foto do Facebook: voto a favor da Veja |
POR CARLOS FERNANDES
Num
país onde a mais alta corte de justiça rasga a Constituição Federal ao
instituir a “presunção de culpa” permitindo a prisão de investigados antes de
um julgamento transitado em julgado, não é de se admirar que os demais juízes
sintam-se à vontade para julgar exclusivamente a partir de suas preferências
políticas.
Chega
a ser um paradoxo que o ministro da justiça recém destituído do cargo, José
Eduardo Cardozo, jamais tenha entendido o nível do aparelhamento político e
ideológico com que delegados, promotores e juízes infestaram o sistema judicial
brasileiro.
Se
entendeu, em todo o tempo que esteve à frente da pasta nada fez a respeito. E
ninguém pode negar, a sua apatia contribuiu de maneira surpreendente , de uma
forma ou de outra, para a criação de uma “polícia política” e um judiciário de
partido constituído e declarado.
Gilmar
Mendes, um ministro do STF, comporta-se diuturnamente, livre e impunemente,
como um dos mais notórios advogados de defesa do PSDB, seja nas suas
declarações à mídia condescendente, seja nos seus votos no plenário do Supremo.
Sérgio
Moro, que não toma uma decisão se não for contra alguém ligado ao Partido dos
Trabalhadores, simplesmente esqueceu o significado da toga e decidiu
transformar-se numa espécie de cruzado em defesa do que julga pessoalmente ser
a sua missão divina.
Já
o procurador Dalton Dellagnol abandonou de vez a noção de ridículo e, numa
convulsão de autopromoção e sentimento de superioridade, afirmou
categoricamente que a Lava Jato poderia mudar o mundo. O embrião de uma nova
seita messiânica já está formado.
Esses
são apenas alguns dos incontáveis exemplos do tipo de magistrados ao qual a
sociedade brasileira está refém. Os casos de abuso de poder, prepotência,
desobediência aos próprios ritos jurídicos e julgamentos parciais se espalham
pelo Brasil afora.
Numa
decisão desconcertante de tão absurda, a juíza Luciana Bassi de Melo da 5.a
Vara Cível do Fórum de Pinheiros (SP), isentou de responsabilidade a revista
Veja pela capa ignóbil em que o ex-presidente Lula foi posto em trajes de
presidiário.
Para a juíza, tudo bem dar essa capa |
Segundo
o “entendimento” da excelentíssima juíza, a Veja não teria cometido qualquer
crime por não ter se referido exclusivamente a Lula, mas uma forma de crítica a
todos os políticos do país. Jesus Cristo.
Ainda
para a excelentíssima juíza, “pode-se não concordar com as críticas fortes e os
termos depreciativos que são utilizados na capa e na reportagem”. Mas isso não
vem ao caso.
Pelo
visto, colocar um homem como presidiário e utilizar-se de termos depreciativos
com o nítido intuito de atacar a sua moral, para a excelentíssima, fazem parte
do bom jornalismo e não ultrapassam “os limites impostos pelo ordenamento
jurídico”.
Não
é preciso falar sobre a orientação política da magistrada. Basta saber que o
seu marido, Marcello Melo, não cansa de postar na sua página do Facebook uma
série de críticas contra a corrupção. Do PT é claro.
Sabemos
o porquê de a juíza ter isentado a Veja. Só não sabemos se, por acaso, o DCM
ilustrasse esse artigo com a excelentíssima juíza em trajes de presidiária, ela
também entenderia como uma crítica a todos os péssimos juízes que povoam o
nosso judiciário.
Fonte:
diariodocentrodomundo
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