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Dalmo Dallari é professor emérito da USP e um dos mais renomados juristas brasileiros |
A
informação de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai assumiu um
ministério no governo da presidenta Dilma Rousseff deixou a oposição em estado
de histeria e já falam em preparar uma ação na Justiça contra ele.
Por
Dayane Santos
O
departamento jurídico do DEM afirma que vai ingressar com uma ação popular por
desvio de finalidade caso ele venha aceitar o cargo. Outros integrantes da
oposição chegam a dizer que vão entrar com ação em todos os tribunais federais
para impugnar a nomeação.
Segundo
o jurista e professor emérito da USP Dalmo Dallari, em entrevista ao Portal
Vermelho, as ações não encontram fundamento jurídico. “Lula é um cidadão na
plenitude de seus direitos. Não há nenhuma base jurídica para impedir a sua
nomeação. É rigorosamente constitucional”, enfatiza ele, que é um dos mais
renomados juristas do país.
Para
Dallari, Lula tem muito a contribuir com a governo, pois tem “uma grande
experiência no setor público”.
Sobre
a teses de que a nomeação se trata de uma tentativa de impedir qualquer
investigação contra Lula, Dallari também é enfático: “É completamente
inconsistente porque na verdade essa suspeita até agora não se converteu nem em
processo formal”.
E
acrescenta: “Na verdade, a suspeita é uma suposição muito vaga, sem nenhuma
base de fato e especialmente, sem nenhuma conotação jurídica, de maneira que o
fato de se afirmar que há uma suspeita é absolutamente irrelevante”.
Dallari
também comentou a decisão da juíza Maria Priscilla Ernandes Veiga de Oliveira,
que remeteu a denúncia dos promotores de São Paulo para o juiz Sérgio Moro, em
Curitiba. A magistrada afirma que a denúncia não narra a origem do suposto
favorecimento de Lula, Dona Marisa e do filho Fábio por empreiteiras, ou seja,
que não há fundamento.
“Essa
fundamentação da falta de elementos deveria ter levado a uma decisão no sentido
de determinar o arquivamento da ação, pura e simplesmente. Não a remessa a
Curitiba. É incoerente”, salientou Dallari.
“E
se realmente ela afirma que não há fundamento para a ação, não há aqui em São
Paulo e não haverá em Curitiba. Acredito que ela ficou de certo modo
intimidada”, frisa o jurista.
Dallari
avalia que essa postura é prejudicial para o Judiciário e para o país. “O
Judiciário devia assumir plenamente a sua responsabilidade com a autoridade que
lhe confere a Constituição, não dando importância para críticas, mas
preservando a sua integridade, a sua boa imagem e agindo de acordo com a
autoridade e a responsabilidade que tem no sistema jurídico democrático”,
disse.
Sobre
o caso da Lava Jato e essa manipulação de competências, Dallari afiram que tal
situação não encontra precedentes na história.
“Nunca
vi coisa semelhante. Acho que isso é uma distorção absurda do papel do
Judiciário. Há um brocardo antigo na área jurídica que diz: o juiz só fala nos
autos. É isso que está faltando. O papel do juiz é decidir nos autos, com
fundamentação jurídica”.
Do
Portal Vermelho
Fonte:
vermelho
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