O
Ministério Público da Suíça anunciou na última quinta-feira (24) que eventuais
casos de evasão fiscal não estão incluídos no acordo de colaboração da Operação
Lava Jato. Na semana passada, o órgão do país europeu e a Procuradoria-Geral da
República criaram uma força-tarefa para as investigações da operação.
O
Ministério Público brasileiro foi autorizado a consultar documentos com
suspeitos de sonegação de forma sigilosa, mas os suíços mudaram o protocolo e
exigiram que as comunicação fosse feita por meio de notas diplomáticas, e não
entre as procuradorias. A Suíça também não reconhece os valores bloqueados em
contas na Suíça relacionados à Lava Jato. No mês passado, os suíços indicaram
que autorizariam o uso de documentos sobre o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
para acusá-lo de sonegação.
Do
iG
Ministério
Público do país europeu, um dos países que mais facilitam aplicações do
exterior, decide que casos de evasão fiscal estão excluídos do acordo de
colaboração com o Brasil
Após
o anúncio da criação de uma força-tarefa entre o Ministério Público da Suíça e
a Procuradoria-Geral da República, na semana passada, o órgão do país europeu
afirmou em nota, divulgada na quinta-feira (24), que eventuais casos de evasão
fiscal estão excluídos da colaboração bilateral da Operação Lava Jato.
"Evasão fiscal não é base para uma cooperação legal em processos
criminais", disse o MP em Berna, em comunicado distribuído à imprensa.
A
reação ocorreu depois de reportagem do "Estado de S. Paulo" revelar
que a Procuradoria-Geral da República e o MP suíço fecharam um entendimento
informal para facilitar a transmissão de dados de suspeitos e sobre o uso dos
documentos citados.
O
MP brasileiro recebeu autorização para consultar, de forma sigilosa, documentos
com suspeitas de sonegação. Dias depois, porém, os suíços mudaram os
protocolos, exigindo que as comunicações não fossem mais feitas entre as
procuradorias, mas por meio de notas diplomáticas.
No
mês passado, os suíços indicaram ao Ministério Público brasileiro que
autorizariam o uso de documentos sobre o deputado Eduardo Cunha, já enviados ao
Brasil, para acusá-lo por sonegação. O procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, pediu abertura de inquérito nesse sentido. "Não existe restrição em
relação às acusações que podem ser feitas contra Eduardo Cunha no Brasil",
indicou na época o Departamento de Justiça da Suíça.
Bloqueios
O
Ministério Público da Suíça também não reconhece os valores bloqueados em
contas na Suíça relacionados à Lava Jato. Na segunda-feira (21), o
"Estado" mostrou que o esquema de corrupção na Petrobras soma o maior
montante de recursos congelados no país europeu em valores atualizados, com
base em informações obtidas por meio de uma alta fonte próxima aos casos.
As
autoridades suíças citaram "fontes abertas" como base para uma outra
lista, na qual a Lava Jato soma cerca de US$ 800 milhões bloqueados – contagem
semelhante à apontada pela reportagem. Em patamar parecido se encontra o
escândalo de corrupção envolvendo a família que governa o Uzbequistão.
Sem
atualizar valores ao câmbio atual, os suíços dizem que o valor bloqueado em
nome do ex-ditador filipino Ferdinando Marcos é de US$ 685 milhões, e não de
US$ 650 milhões, como indicado pelo "Estado", e que os relativos ao
nigeriano Sani Abacha foram de US$ 332 milhões, e não US$ 620 milhões, conforme
levantamento reportagem
Fonte:
jornalggn
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