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Gilmar sobre Moro: determinou a prisão do principal candidato à presidência e depois aceitou o cargo de seu adversário

Em entrevista, Gilmar Mendes também disse que espera que o habeas corpus sobre a imparcialidade do então juiz Sérgio Moro, apresentado pela defesa do ex-presidente Lula, seja julgado ainda este ano pelo STF 

(Foto: ABr | Felipe Gonçalves/247 | Lula Marques)

247 - Em entrevista para o jornal argentino Clarín, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, disse que espera que o julgamento do habeas corpus apresentado pela defesa do ex-presidente Lula sobre a imparcialidade do ex-juiz Sérgio Moro seja tratado ainda este ano.

Perguntado se não seria um questionamento importante ao ministro da Justiça, Gilmar disse que quem se colocou nessa posição "foi o próprio Ministro da Justiça, quando ele decidiu deixar o cargo de juiz e assumir uma função governamental servindo a um governo que derrotou as forças da oposição e é beneficiário, de alguma forma, de suas decisões. É um juiz que até ontem foi juiz, determinou a prisão do principal candidato a presidente da República e depois aceita o cargo de seu adversário", afirmou.

Para Gilmar, o que surgirá no debate no STF "é se as razões que estão lá (expostas pela defesa de Lula) são suficientes ou se poderemos usar o que está nas informações do The Intercept" (devido à sua origem, uma vez que foram extraídas ilegalmente de um telefone de um autoridade), diz a reportagem.

Perguntado se acreditava que a decisão do STF que permitiu a soltura do ex-presidente Lula causou indignação em Jair Bolsonaro, Gilmar Mendes respondeu: "Ele viu como um quadro de normalidade".

"Não vejo que isso tenha gerado indignação do governo nem represente a opinião do presidente da República. Acontece que o Brasil entra em um processo de intensa polarização. De um lado, a força do petismo e, de outro, a força das oposições. Bolsonaro galvanizou um pouco isso, mesmo com esse movimento de organização de mídia social."

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