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Ministério da Saúde quer usar inseticida com validade vencida contra dengue, zika e chicungunha

Agente da prefeitura de São José dos Campos faz aplicação de veneno contra o mosquito aedes Foto: Lucas Lacaz Ruiz/16-1-2017


Em nota, pasta diz que procedimento é 'comum e feito em países como os Estados Unidos'

O Ministério da Saúde quer reaproveitar um inseticida com validade vencida e que apresentou problemas para ser usado nas campanhas deste ano contra o mosquito Aedes aegypt , transmissor da dengue , zika echicungunha . A pasta enviou amostras do produto para um laboratório credenciado pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) , instituição vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS ), na tentativa de utilizá-lo.

Em nota, a pasta afirmou ainda que o "procedimento de redefinir prazos de validade é comum na Administração Pública e feita em países como osEstados Unidos ." A informação foi revelada pela "Folha de S.Paulo" e confirmada ao GLOBO pelo Ministério da Saúde .

O produto foi comprado em 2016 como uma medida de urgência contra osurto de zika , mas não foi utilizado por completo e perdeu a validade. De acordo com o ministério, havia uma previsão de epidemia das doenças transmitidas pelo aedes em 2017 e 2018 mas elas não ocorreram. Por esse motivo, o produto teve uma baixa procura e venceu, informou a pasta.

Inseticida já tinha problemas

Além das questões relacionadas ao vencimento do produto, há outro problema: de acordo com o próprio Ministério da Saúde , oinseticida teria apresentado características não esperadas, como empedramento e cristalização.

Em 2016, quando houve a compra, a pasta informa ter adquirido 1,65 milhão de litros do Malathion , fabricado pelo laboratório Bayer. No ano seguinte, após identificar os problemas, suspendeu a entrega e o pagamento de 699 mil litros do total comprado, além de solicitar a reposição de cerca 400 mil litros do inseticida , dos quais 105 mil já foram recolhidos e devem ser restituídos em junho deste ano.

O laboratório Bayer não respondeu ao GLOBO até a publicação desta matéria. À "Folha de S. Paulo", a empresa negou que o produto apresentasse defeitos e afirmou que concordou em substituir os 104.800 litros do produto em atitude colaborativa de forma a contribuir com as autoridades de saúde pública. 

Fonte: oglobo

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