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MAIS QUE UMA ZONA MORTA

Edição de Imagem: Fátima Miranda



Por Danilo Otoni

Há algum tempo li um livro do mestre do horror fantástico fictício, Stephen King, chamado "A Zona Morta" (1979). Sem fugir às características do escritor norte-americano, o enredo é sobre um romance de suspense sobrenatural em que o protagonista, o professor John Smith, após passar quatro anos e meio em coma, desenvolve poderes de previsão de acontecimentos após tocar em determinadas pessoas, podendo lhes salvar de tragédias ou mesmo antevê-las como no caso a seguir.

John, ao apertar a mão de um candidato a presidente dos EUA, tem uma terrível visão apocalíptica, quando, inclusive, o tal político sofre um forte abalo emocional pelo toque. Pois John vira uma horrenda guerra nuclear, num cenário desolado, inanimado, sem nenhuma forma de esperança no planeta Terra. Os dois se separam, mas, após este fato, a dúvida pairava em na cabeça do professor - matar o futuro presidente impedindo a terceira guerra mundial ou esperar que o pior acontecesse? Assim, na incerteza de seu ceticismo, John Smith perguntava a todos: se você voltasse no tempo e encontrasse com Hitler antes dele chegar ao poder, o mataria ou não?

Não há desculpas para atos de violência, sejam contra quem for. Porém, se pessoas morrem assassinadas por pregar a paz, imagina quem espalha violência? A cabeça doentia de certos indivíduos da nossa sociedade não tem lado partidário muito menos sentimento de culpa. Ela age por fraqueza, pelo medo, pelo subconsciente, por psicopatia. Não é justificativa, mas é o real. E não serei eu nem você, cidadão médio comum, que traremos à tona pseudo-explicações para tais atos, pois não sabemos e nem entendemos a mínima fração do que acontece com o outro. A nossa noção de cidadania é totalmente diferente daquele que vive dentro da violência, por exemplo. É impossível fazer proselitismo com consequências danosas.

Também não há mocinhos nem bandidos numa sociedade corrupta, bipolar, adepta ao jeitinho de levar vantagem sob todos os aspectos. O que está em jogo é a soberania popular que muitos chamam democracia, o coração civil de todo país minimamente sério. Mas esta é desrespeitada desde sempre. Por isso prefiro brincar com a ficção científica e repetir a mesma pergunta do protagonista de Stephen King: se você voltasse no tempo e encontrasse com Hitler antes de chegar ao poder, o mataria ou não?









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