247 - Contrariando o discurso oficial propalado pelo governo Michel Temer sobre a retomada da economia e do emprego, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que a subutilização da força de trabalho chegou a 27,7 milhões de trabalhadores (24,7%) no primeiro trimestre. A taxa é a mais alta da série histórica iniciada pelo IBGE em 2012. O Brasil registra atualmente 13,7 milhões de desempregados.
Ainda de acordo com dados da Pnad Contínua Trimestral o desalento alcançou 4,6 milhões de pessoas. A taxa de 4,1% é também é a mais alta da série histórica.
Conforme o IBGE, os menores percentuais de trabalho com carteira assinada foram registrados no Nordeste (59,7%) e Norte (62,9%). Já o maior índice foi verificado no Sul (83,3%).
Abaixo, reportagem da Agência Brasil:
A taxa de subutilização da força de trabalho no Brasil atingiu um nível recorde no primeiro trimestre de 2018, informou hoje (17), no Rio de Janeiro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Acrescentou que 27,7 milhões de trabalhadores estão subutilizados, o que corresponde a 24,7% da força de trabalho no país, o maior percentual desde 2012.
São consideradas subutilizadas as pessoas que estão desempregadas, as disponíveis para trabalhar mais horas, mas não encontram essa possibilidade, as que gostariam de trabalhar, mas não procuraram emprego e as que procuraram, mas não estavam disponíveis para o trabalho.
Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), que também informa que o contingente de desalentados é de 4,6 milhões de pessoas. No último trimestre de 2017, esse grupo somava 4,3 milhões de pessoas.
Desistência
A população desalentada é a que desistiu de procurar emprego e é definida como a que estava fora da força de trabalho por não conseguir um emprego adequado, não ter experiência ou qualificação, ser considerada muito jovem ou idosa, ou não haver trabalho na localidade em que reside.
A taxa de desalento atinge 4,1% da força de trabalho ampliada no Brasil e é mais intensa na Região Nordeste, com 9,7%. Em Alagoas, 17% da força de trabalho desistiram de procurar emprego e, no Maranhão, 13,3%. No Rio de Janeiro e em Santa Catarina, o desalento é de 0,8%.
Taxa de desemprego é de 13,1%
O IBGE já tinha divulgado em 27 de abril que a taxa de desemprego no primeiro trimestre de 2018. Ela subiu para 13,1%.
Se considerada cor ou raça da população, a taxa evidencia desigualdades. Enquanto o desemprego é de 10,5% entre os brancos, ele chega a 15,1% entre os pardos e 16% entre os pretos.
A população parda corresponde a 52,6% dos desempregados no Brasil, embora corresponda a 47,1% da população brasileira.
Os brancos, por sua vez, são 43,3% dos brasileiros e 35,2% dos desempregados. Já os pretos são 8,7% da população do país e 11,6% dos desempregados, segundo dados do IBGE.
(*) Texto atualizado às 10h41 para acréscimo de informações
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