O projeto Temer-PSDB-FIESP-Baixo Clero simplesmente ruiu

Rudá Ricci

A sequência foi avassaladora. O impeachment colocou prematuramente (sem que tivessem se preparado) Temer e o PSDB no poder. Tinham como assoalho o velho e alquebrado Baixo Clero. Como teto, a FIESP que começou falando duro e foi ficando afônica, tímida e sumiu das manchetes. 

Como porta-voz, a Globo que logo pediu demissão. Ficou a tarefa para o banco de reservas, o jornal Estadão.

Agora, chega Maia. Todos sabemos que se trata de um político jovem e que tentará um governo mais de centro, de certa recomposição e pacificação política. Será um governo tampão de tempo diminuto. Se tiver azar, cai e aí ficaremos nas mãos do STF com alguma possibilidade real de eleição direta antecipada, dada a crise sem fim e a mácula que poderá deixar na Suprema Corte. 

Lula parece cada vez mais certo como provável consenso de pacificação do país. O que fará desta tentativa tresloucada do grupo Temer-PSDB-Fiesp-Baixo Clero um pesadelo de noite de verão. 

Mas, o que será um recall Lula? Um governo de centro, fundado no acordão que tentará apaziguar a política nacional. Será um barquinho em rio do Amazonas com todos torcendo para não chegar nenhum macaréu. O Brasil terá um tom mais progressista, longe de algo parecido com esquerda, mas ainda mais distante da onda fascista de 2015-2016. Teremos abandonado a ditadura das panelas e patinhos amarelinhos. 

Enfim, tanto esforço da direita e elite rapapé para nada ou quase nada. Descobriram que seu planinho ultraliberal não serve para países como o Brasil (que alguns denominam de semi-periférico, mas confesso que meu nariz coça ao ouvir este conceito). Descobrirão que o centro é Lula.