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Reação às indiretas da mulher do goleiro Bruno



Brasil 247 - O crime cometido pelo goleiro Bruno está longe de ser esquecido, suavizado ou deletado da memória das pessoas. Está longe de ser um imaginário popular, é a realidade nua e crua. Sua contratação pelo Boa Esporte Clube vem causando muita indignação e constrangimentos que poderiam ser evitados: primeiro, porque a sua liberdade é conseqüência da morosidade processual de uma justiça letárgica, que permite prescrições de crimes e soltura de criminosos sem que cumpram suas penas determinadas pela lei; segundo, um criminoso que pratica crimes de tamanha hediondez não deve desempenhar funções na sociedade, onde seu destaque venha suprimir a relevância do crime cometido.


As indiretas da senhora Ingrid Calheiros, mulher do malsinado goleiro em uma de suas redes sociais, foram vistas por muita gente como ironias e desrespeito à vítima Eliza, sua família e uma grande parcela da sociedade que luta por justiça em casos de violência contra a mulher, inclusive pelo caso Eliza Samudio, do qual, Bruno é responsabilizado por ter sido o mandante da sua morte.


Em uma de suas falas, Ingrid diz: "[...] enquanto as más-línguas falam, nós adoramos ao nosso Deus [...] Não temos tempo mais para perder respondendo críticas, pessoas infelizes e mal amadas...."


Diante de tais expressões jocosas, não é em vão que alguns já a chamam pelo pseudônimo de "primeira dama do crime", afinal, o seu marido é um criminoso, que cometeu um crime indescritivelmente monstruoso. Como chamar de "más línguas" aqueles que não se conformam com o assassinato de uma mulher, com a impunidade do criminoso e com a possibilidade do seu crime perder a importância diante do seu destaque jogando futebol?

Como chamá-las de "pessoas infelizes e mal amadas"?! Bem, fica um pouco difícil ser feliz diante de tanta barbárie e impunidade, não é mesmo? Seriam más línguas, aquelas que defendem a vítima e sua família? Será que alguém consegue ser feliz defendendo o crime cometido por outra, sem se quer se importar com os danos causados?! Fica difícil e complicado imaginar que alguém tenha paz diante da barbárie.


Veja as hashtags postadas pela mulher do goleiro:

"#chorarecalque #aceita #amoesouamada #beijinhonoombro #Deusemais #Deuséconosco #desculpefoiDeusquemmedeu #tchauquerida #xôhipocrisia"


RELEMBRE O CASO:


Quem não se lembra do caso Eliza Samudio, que chocou o Brasil em 2010, quando Eliza foi brutalmente assassinada, esquartejada, teve parte de seu corpo (se não todo ele), jogadas aos cães para que devorassem suas carnes e ainda teve seu cadáver ocultado?

Após um caso com Bruno em 2009, Eliza procurou a polícia no ano seguinte para dizer que estava grávida e que o então goleiro do Flamengo a agrediu para que tomasse remédios abortivos. Após o nascimento da criança, ela acionou a Justiça para pedir o reconhecimento da paternidade.

No início de junho de 2010, a estudante e o filho estiveram no sítio de Bruno em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte (MG). Segundo as investigações, Eliza teria sido levada do Rio de Janeiro para Minas por Luiz Henrique Romão, o Macarrão, amigo de Bruno, e por um primo do goleiro que tinha 17 anos na época. Ela teria sido mantida em cárcere privado no local e assassinada no dia 10 de junho pelo ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola. O filho de Eliza foi localizado pela polícia - e atualmente vive com a avó materna em Mato Grosso do Sul – mas o corpo da estudante jamais foi encontrado. Durante as investigações, uma das testemunhas relatou aos investigadores do caso que a moça teria sido morta por estrangulamento. Em seguida, o cadáver teria sido esquartejado e enterrado sob uma camada de concreto.

Em janeiro de 2013, após determinação da Justiça, o Cartório do Registro Civil de Vespasiano (MG) emitiu a certidão de óbito de Eliza. O documento confirma a morte da modelo por "emprego de violência aplicada na forma de asfixia mecânica (esganadura)", e indica como local do crime o endereço do ex-policial civil Marcos Aparecidos dos Santos, o Bola, e a data do dia 10 de junho de 2010.



Em seu desabafo nas redes sociais, Ingrid Calheiros posta hashtags que expressam deboches e ironias num momento impróprio e delicado, afinal, a polêmica acerca da soltura e contratação de seu marido é levantada por pessoas de uma sociedade, que constantemente tem sido lesada em seus direitos pelo não cumprimento da Lei e também pelo abuso da justiça, quando seus operadores se comportam de forma omissa e injusta.


A Constituição Federal em seu conjunto de leis assegura ao cidadão brasileiro a garantia de salvaguardar os seus direitos, mas quando aqueles que operam essas leis se agarram a brechas para fazer injustiça, quando o que se espera é justiça, o cidadão de bem é tomado por um sentimento de indignação que não lhe permite ficar calado afinal, sabemos que até as leis podem ir contra o direito e nesses casos, mesmo se cumprindo a lei, o resultado é a injustiça.


Vana Lopes, fundadora do projeto Vítimas Unidas, em suas páginas e páginas do projeto Somos Todas Vítimas Unidas, responde as hashtags de Ingrid:


"RESPOSTA PÚBLICA À INGRID CALHEIROS, "ESPOSA" DO CRIMINOSO BRUNO - O GOLEIRO

Me diga, como você consegue usar palavras bíblicas nesta mistura sem nexo? Com respeito, nós também usamos em nossas lutas "O Senhor dos Exércitos está conosco" Salmo 46. Mas você foi tão irônica, dotada de uma vaidade descabida! E com uma arrogância indisfarçável, falou em recalque, beijo no ombro.... Como se mulheres dignas, desejassem estar no seu lugar. ACORDA e me perdoe, mas ao meu ver, sua declaração, sem querer julgar sua fé, infelizmente a mesma não combina com o salmodiar dos mandamentos cristãos!

A propósito, quando você pregar sobre o amor, tenta lembrar o amor ao próximo, e convencer este criminoso que está dormindo com você, a entregar os restos mortais da mãe do filho que ele inclusive, queria que fosse abortado. Até o "perdão" requer sabedoria, por isso Deus é Divinamente Sábio, e não gosta que usem o nome d'Ele em vão.

Não confunda erro com CRIME! Em nosso Movimento Somos Todos Vítimas Unidas, representamos a vítima e lutaremos para que ele cumpra o restante da pena. Passar bem!

Vana Lopes e a Presidente ONG Maria Do Carmo Santos e administradores.


HOMEM QUE VESTIA CAMISA DO BOA, USA LINGUAGEM SUBLIMINAR PARA AMEAÇAR MULHERES QUE PROTESTAVAM PACIFICAMENTE NA FRENTE DO CLUBE


Movimentos que representam a insatisfação da sociedade no que tange aos crimes contra a mulher, em especial o feminicídio, assassinatos, estupros, dentre outros, vem firmando parcerias com outros movimentos que ajudam vítimas e lutam por justiça junto aos órgãos competentes. Não se calaram diante do que muitos consideram uma atitude insensata por parte da direção do Boa esporte Clube, mas isso tem rendido ameaças de morte a algumas mulheres. Recentemente a psicóloga e Drª Maria do Carmo Santos, presidente da ONG Vítimas Unidas e sua fundadora, Vana Lopes, sofreram ameaças de morte por parte de internautas. Outras mulheres de outros movimentos também receberam ameaças. Nesta quarta-feira (22), mais uma vez, a psicóloga foi alvo de mais uma ameaça, dessa vez, na cidade de Varginha-MG, quando apoiava uma manifestação pacífica de algumas mulheres da cidade, em frente ao clube do Boa, onde Bruno e sua mulher assistiam a um treino. Tudo na frente e às "barbas" da polícia, que viu tudo e nada fez, nem mesmo colheu o nome e número de documentos do elemento. Maria do Carmo não se deixou intimidar diante da ameaça do homem e omissão da polícia, chamou a imprensa que se encontrava no local e contou o que acabara de acontecer. O homem que fez a ameaça avadiu-se do local - detalhe: o que ele não sabia é que já tinha sido filmado.


Maria do Carmo desabafa:

"Triste de um país onde a dicotomia de mulheres do Lar e do Bar" fica pior, pois agora temos as mulheres recalcadas. As polarizações só pioram é o que se pode constatar com a publicação da Mulher do Assassino da Eliza Samudio, está vista por uma minoria de pessoas sem um pingo de noção como uma mulher chamada de "Maria Chuteira". Lamentável ver como a Sra. Bruno Assassino, rir de forma ofensiva das Mulheres deste país que não apoiam o crime hediondo que seu marido cometeu, chamando todas de "recalcadas", pois "queriam estar no lugar dela". Parece surreal que uma cidade que é conhecida por um evento não menos surreal onde se viu ETs, não aceita mulheres forasteiras, mas tão somente se forem as Ingridis, já que em matéria noticiada por um canal de TV local, a justificativa dos moradores da cidade era a impossibilidade de minha presença no evento feito por mulheres na Frente do Melão, foi o fato primeiro de eu não ser da cidade. Depois segundo um entrevistado porque eu sou uma "vagabunda". E pasmem, uma mulher, que pelo horário em que estava na rua e na frente de um estádio não deve bem ser recatada e nem do lar, banalizar que a cada 11 segundos morre uma mulher. Bruno foi apenas mais um que teria assassinado de forma cruel uma mulher. Triste país onde as singularidades estão cada vez mais, associadas há um modelo midiático cada vez pior. É a naturalização da violência e do machismo onde o feminicídio se torna algo permitido e naturalizado".

VEJA VÍDEO: 




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